“Os preços devem permanecer resilientes, oscilando em torno de US$ 100/t (contra nossa previsão de US$ 92,5/t para 2026), apoiado pelo esgotamento estrutural, deterioração do teor do minério, e a procura incremental de regiões como a Índia, o Sudeste Asiático e o Oriente Médio”, diz o relatório.
“O cenário resiliente do minério de ferro nos dá maior confiança no potencial de dividendos extraordinários, um tópico que a gestão está abordando com mais convicção. Também esperamos que pagamentos extraordinários de dividendos acontecerão apesar do anúncio de recompra de debêntures”, pontuou o BTG.
De acordo com o BTG, a Vale sinalizou que tem alternativas de financiamento diversas à disposição, o que pode amenizar os efeitos sobre o pagamento de dividendos e outras formas de remuneração aos acionistas.
“A resposta é que a empresa poderia potencialmente acessar diferentes tipos de financiamento para limitar o impacto na remuneração dos acionistas. Eles também observaram que alguns investidores preferem recompras em vez de dividendos, e que a Vale pode optar por uma abordagem equilibrada, fazendo um pouco de ambos”, analisou a casa.
A avaliação vem na contramão da XP Investimentos, que disse que a recompra pode reduzir o espaço para dividendos extraordinários no curto prazo. Para a casa, a decisão abriria margem para um aumento da alavancagem em até US$ 3,1 bilhões, considerando a recompra total ao valor proposto de R$ 42 por papel.
Mas, na outra ponta, o BTG destacou que a mineradora mantém crescimento de volumes e forte controle de custos, condições que, somadas à resiliência dos preços, tendem a garantir um terceiro trimestre robusto.
“O desempenho permanece sólido, com crescimento de volume e fortes fatores de controle de custos que, combinados com preços firmes, devem se traduzir em um forte 3T25 (3º trimestre de 2025)”, afirma o documento. Os analistas acrescentaram que “todas as coisas parecem melhores do que esperávamos e gostamos do que estamos vendo da administração.”