As mudanças no calendário do futebol brasileiro foram anunciadas na quarta-feira (1º) pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e foram bem recebidas pelos presidentes de alguns clubes de São Paulo.
As novidades, válidas a partir de 2026, incluem a redução das datas dos estaduais e o espaçamento do Campeonato Brasileiro ao longo do ano, com o objetivo de diminuir em até 15% a carga de jogos dos times da elite nacional.
“O Palmeiras concorda com as mudanças no calendário, começando pela redução de todos os estaduais para 11 datas, incluindo o Campeonato Paulista. Soluções difíceis exigem decisões difíceis”, afirmou a presidente do Palmeiras, Leila Pereira.
“A CBF deu um passo muito importante para um futuro próximo, um calendário melhor que respeite a integridade dos atletas e valorize o futebol brasileiro em suas particularidades”, acrescentou a presidente do Palmeiras.
“O calendário brasileiro precisava de revisão para alinhar as necessidades dos clubes de diferentes tamanhos. É importante que o futebol brasileiro continue buscando melhorias, e a iniciativa da CBF demonstra o engajamento da nova administração”, afirmou Julio Casares, presidente do São Paulo.
O presidente do Santos, Marcelo Teixeira, destacou que o novo calendário será uma nova experiência, com a temporada iniciando já com o Brasileirão, conciliando com os estaduais. “Pode representar um passo importante para a valorização do futebol brasileiro”, afirmou o presidente do Santos.
Ele adicionou que as mudanças estruturais “abrem novas oportunidades comerciais e novas formas de receita e engajamento com a torcida, nos estádios ou no ambiente digital.”
A Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) também se manifestou favoravelmente ao novo calendário.
“A Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro foi pioneira ao estabelecer a redução de datas para o Campeonato Carioca de 2026, após entendimentos com clubes e instituições envolvidas. Essa ideia foi absorvida pela CBF e estendida aos demais estados”, disse a federação.
O economista César Grafietti avaliou que o novo calendário representa uma evolução, embora precise ser compreendido em um ano de Copa do Mundo, o que exigirá a paralisação no meio da temporada, obrigando o início da Série A em janeiro.
“Num ano típico, o início seria em fevereiro, e isso é uma boa evolução, ter um calendário nacional durante todo o ano”, afirmou o especialista.
Ele sugeriu que seria interessante melhorar a distribuição do dinheiro da Copa do Brasil para aliviar a competição e melhorar a irrigação de recursos na base. De toda forma, as mudanças são “positivas e importantes na construção de um futebol mais sustentável.”
Eduardo Corch, diretor geral da EMW Global para a América Latina e professor de marketing do Insper, disse que a ampliação da Copa do Brasil e da Série D significa mais jogos, maior bilheteira e maior exposição para marcas locais e regionais, “algo fundamental para times médios e pequenos, que terão um calendário mais longo e previsível.”
Para os patrocinadores, a criação de novos torneios regionais e a final da Copa do Brasil em jogo único, em estádio neutro, aumentam a atratividade dos investimentos, criando propriedades de maior visibilidade e potencial de ativação, acrescentou Corch.
“Além disso, um calendário com melhor distribuição de datas tende a gerar mais oportunidades de exposição consistente ao longo do ano.”
“Em termos de marketing, esse redesenho coloca o futebol brasileiro em condição de oferecer um produto mais organizado e atraente para todos os envolvidos, ampliando sua competitividade no mercado global de esportes”, disse o professor.