Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024 custarão 6,6 bilhões de euros (R$ 41,2 bilhões) de dinheiro público, conforme relatório divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Tribunal de Contas, que afirmou que esse valor não indica um “gasto orçamentário excessivo”.
A quantia representa um aumento em relação aos 5,9 bilhões de euros (R$ 36,8 bilhões) estimados anteriormente pelo próprio Tribunal de Contas.
Os gastos incluem 3,02 bilhões de euros (R$ 18,8 bilhões) na organização do evento (sendo 1,44 bilhão de euros ou R$ 8,9 bilhões destinado à segurança) e 3,63 bilhões de euros (R$ 22,6 bilhões) em infraestrutura.
O órgão explicou que parte do aumento se deve ao investimento para garantir que o rio Sena estivesse limpo para as competições de natação em águas abertas e triatlo.
Em 2023, estimou-se que seriam necessários 2,4 bilhões de euros (R$ 14,9 bilhões) em dinheiro público para a organização dos Jogos, e em março de 2024, o presidente do Tribunal de Contas, Pierre Moscovici, avaliou o investimento público entre três e cinco bilhões de euros (R$ 18 a R$ 31 bilhões).
Nesta segunda-feira, Moscovici, ex-ministro das Finanças e ex-comissário da UE, ressaltou à imprensa “o sucesso incontestável dos Jogos” e afirmou que, apesar da forte mobilização das finanças públicas, não foram detectados “excessos orçamentários”, considerando o gasto como “moderado”.
Além do custo público, é necessário considerar os gastos do COJO (Comitê de Organização), que totalizaram 4,4 bilhões de euros (R$ 27,8 bilhões), com um superávit de 75 milhões de euros (R$ 468 milhões), sendo a maior parte financiada por capital privado. Também há a sociedade Solideo, responsável pelas infraestruturas olímpicas, cujo orçamento totalizou 4,5 bilhões de euros (R$ 28 bilhões), com financiamento público e privado.
O Tribunal de Contas considera que o orçamento das infraestruturas “foi cumprido no geral”, mas não na área de segurança, que foi classificada como “particularmente errática”.
Por fim, o órgão admite que o impacto dos Jogos na economia francesa “é modesto neste momento” e que será “relativamente limitado a curto prazo”.