Alguns dos principais índices acionários dos Estados Unidos tiveram uma semana marcante. Em meio ao shutdown, que interrompe serviços públicos, as ações de empresas alcançaram níveis históricos.
Os índices Dow Jones e S&P 500 estão entre os recordistas, renovando seus patamares diversas vezes nos últimos dias. O Dow Jones encerrou a semana com 46.758 pontos e o S&P 500, com 6.715 pontos, conforme indicado pelas gestoras responsáveis pelos índices.
Esse desempenho é atribuído à recente redução na taxa de juro básico do país, que desde o mês passado está entre 4% e 4,25% ao ano. O Fed (Federal Reserve) manteve essa taxa por um período prolongado, mas decidiu que era momento de cortá-la.
Embora a redução tenha sido pequena, muitos investidores projetam um novo corte nas próximas reuniões do Banco Central dos EUA, com estimativas de que os juros possam chegar a 3% ao ano no primeiro trimestre de 2026.
No mês de setembro, o S&P 500 apresentou uma valorização de 3,5%, representando quase 10 vezes o nível das taxas de juros básicas. Esse foi o melhor desempenho do índice em quase 15 anos.
É hora de entrar?
Alguns acreditam que este é o momento ideal para comprar ações de empresas dos EUA ou investir em índices que abrangem diversos tickers. No entanto, a análise da Ágora Investimentos sugere que essa pode não ser a melhor estratégia.
Em entrevista ao Estadão, o economista-chefe da corretora, Dalton Gardimam, ressaltou que os próximos meses podem ser desafiadores. Segundo ele, o mercado acionário dos EUA depende das sete maiores empresas do mundo, que podem enfrentar dificuldades.
“Não entraria neste momento no S&P 500. Quem já investe pode aproveitar para realizar lucros ou ajustar sua posição. Mas definitivamente não começaria a investir agora, especialmente nas Sete Magníficas”, afirmou Gardimam.
Ele afirmou que há uma preocupação significativa com a economia dos EUA, fundamentada em indicadores sociais. Um deles é o dado de emprego divulgado pelo governo, que mostrou uma redução de 32 mil vagas no país, contradizendo a expectativa dos analistas, que projetavam a criação de 50 mil empregos em setembro.