Um dos investigados no escândalo de fraude do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) é Maurício Camisotti, que tentou converter R$ 59 milhões para criptomoedas em 8 de maio de 2025, durante as investigações. A conversão foi feita por meio de sua conta no BTG Pactual.
De acordo com reportagem do G1, o montante representava 40% do patrimônio que Camisotti mantinha na instituição. Ao ser informado sobre a tentativa de conversão, o BTG recusou a operação e notificou as autoridades competentes.
O banco explicou que a transação não foi autorizada por ser considerada atípica, dado que o cliente nunca havia realizado uma operação desse tipo antes. Camisotti chegou a solicitar uma reunião presencial no banco, mas não conseguiu efetivar a conversão.
Além disso, ele teria pedido ao banco que recebesse repasses mensais do Nelson Willians em uma conta offshore, sem apresentar documentos, alegando que os valores eram referentes à venda de um imóvel nos EUA.
Esses fatos levaram o BTG a comunicar o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) e a CPMI do INSS sobre as movimentações suspeitas, que indicavam evasão de divisas e tentativa de ocultar a origem e o destino do dinheiro, conforme a reportagem.
Essa não foi a primeira vez que o BTG negou operações de Camisotti; em 2024, ele tentou realizar empréstimos pessoais em nome de terceiros, solicitando R$ 16 milhões para repassar ao ex-deputado estadual de Santa Catarina, Antônio Luz Neto, pedido que foi negado pelo banco.
O banco afirmou que “a solicitação de crédito em nome de terceiros, por si só, pode configurar um indício de lavagem de dinheiro, especialmente se não houver justificativa clara para tal conduta”.
Maurício está preso desde o mês passado e é apontado nas investigações como um dos principais responsáveis pelo esquema que desviou milhões de reais de aposentados e pensionistas do INSS, realizando descontos indevidos sem a autorização dos beneficiários.
As investigações estimam que mais de R$ 1 bilhão tenha sido drenado pelo grupo criminoso desde 2021. Na quinta-feira (2), Camisotti foi convocado pela CPMI do INSS para prestar esclarecimentos sobre o caso.