Os
preços do ouro começaram a semana quase valendo US$ 4 mil por onça-troy, unidade de peso equivalente a 31,1 gramas, impulsionado também pela forte valorização de ETFs temáticos ligados à commodity dourada.
Ao longo desta segunda-feira (6), os
contratos futuros do ouro chegaram a bater US$ 3.970,00 por onça-troy, alta de +2,20%, renovando a máxima de preço do metal precioso na Comex, divisão de metais da Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex).
Dado o prolongamento do
shutdown nos Estados Unidos, desde o último dia 1º de outubro, os investidores globais encontram refúgio no ouro, diante da paralisação do governo americano, que quanto maior for a duração, mais impactos pode trazer ao mercado financeiro mundial.
O uso do ouro vai além das aplicações tradicionais em joalherias ou na indústria, já que a commodity desempenha um papel crucial como reserva cambial para bancos centrais e é utilizada em momentos de instabilidade econômica.
Os bancos centrais têm sido um dos principais responsáveis pela demanda por ouro nos últimos 12 meses, com contratos futuros acumulando valorização de quase +50% no período, conforme dados do Investidor10.
Um dos principais compradores de ouro atualmente é o Banco do Povo da China, uma vez que o governo de Xi Jinping tem preferido trocar suas posições em títulos da dívida americana pelo metal precioso, em resposta à escalada geopolítica contra o seu rival na Casa Branca, Donald Trump.
ETFs de ouro
Uma das maneiras mais práticas para ter
ouro na carteira de investimentos é por meio dos
ETFs, fundos de índices listados em bolsa de valores, que alocam dinheiro nos contratos futuros da commodity que acompanham o preço do ouro no mercado físico ou por meio de posições em mineradoras de ouro.
Dessa forma, o investidor não precisa se preocupar em ter um cofre para armazenar as barras de ouro, além de ter liquidez no mercado financeiro, sem precisar escolher uma única empresa exposta à commodity, como, por exemplo, a
Aura Minerals (AURA33).
A opção mais próxima dos brasileiros é por meio do
ETF GOLD11. As cotas do
ETF GOLD11 avançavam +1,5% perto do horário de fechamento do mercado, negociadas por R$ 21,96 cada. Só em 2025, esse fundo de índice que acompanha o preço do ouro no mercado físico se valoriza +28%.
Na bolsa americana, a alternativa mais conhecida para investir no ouro é com o
ETF IAU, cuja capitalização supera os US$ 60 bilhões. No mesmo instante, o
ETF IAU subia +2% e valia US$ 74,69 por cota.
O
ETF GDXJ, que investe em mineradoras juniores de ouro ao redor do mundo, viu suas cotas dispararem +3,4%, valendo US$ 103,05 cada. No ano, esse fundo de índice teve valorização de +141% em dólares.
Segundo dados do
Investidor10, se você tivesse investido US$ 1 mil no
ETF GDXJ há um ano, hoje você teria
US$ 2.050,58, considerando o reinvestimento dos
dividendos em dólar. O
ETF IAU teria entregado
US$ 1.466,75.
A simulação também mostra que o
ETF VOO, que replica o desempenho do
S&P 500, teria retornado
US$ 1.168,33 nas mesmas condições.