Nesta quinta-feira (2), o Ibovespa (IBOV) foi negociado abaixo dos 144 mil pontos, após atingir o recorde de 147 mil pontos alguns dias antes.
De acordo com a análise da XP Investimentos (XPBR31), o índice pode se valorizar significativamente nos próximos meses, com uma previsão de alcançar 170 mil pontos até o final do próximo ano, em meio às eleições presidenciais, considerado como o valor justo para o ativo.
A nova projeção substitui uma previsão anterior da corretora, que estimava que a bolsa chegaria a 150 mil pontos até o fim de 2025, considerado certo por muitos analistas.
A XP baseou sua nova perspectiva em vários fatores, incluindo o possível fim do aperto monetário. A expectativa é que, caso o Banco Central reduza a Selic, os investidores voltem a apostar na renda variável para obter maiores ganhos, o que deve elevar o IBOV.
Os estrategistas Fernando Ferreira, Felipe Veiga, Raphael Figueiredo e Lucas Rosa destacam que, ao observar os últimos 20 anos, as alocações em fundos de ações aumentaram em 8 dos 10 períodos de queda da Selic, demonstrando que a demanda por ações é altamente sensível ao nível de juros.
Eles também mencionam que o pleito nacional deve impactar a bolsa e aumentar a volatilidade dos papéis, o que levou a corretora a revisar suas apostas em várias áreas com foco no médio prazo.
Força da renda fixa
O relatório da XP indica que os brasileiros possuem atualmente R$ 10 trilhões em ativos financeiros, sendo que a renda fixa responde por 75% desse total, enquanto o mercado de ações representa apenas 6%.
A corretora acredita que, com o início dos cortes de juros, os investidores começarão a migrar para a renda variável, que pode chegar a 26%. Para elevá-lo ao patamar projetado, é necessário que tanto investidores estrangeiros quanto domésticos apostem no Brasil.
Desde o início do ano, o IBOV já apresenta uma valorização de quase 20% em reais. Quando comparado ao dólar, o avanço supera 40%, uma tendência que também se verifica em outras bolsas de mercados emergentes, como a do México.
Os principais fatores que impulsionaram a alta recente são considerados majoritariamente globais, embora o foco do debate entre investidores permaneça em questões domésticas, como os cortes de juros e o “trade eleitoral”.