A Berkshire Hathaway (BERK34), conglomerado liderado por Warren Buffett, está próxima de fechar um acordo para adquirir a OxyChem, unidade petroquímica da Occidental Petroleum (OXYP34), em uma transação estimada em US$ 10 bilhões. Essa informação foi divulgada pelo Wall Street Journal nesta terça-feira (30).
Se confirmada, a operação será a maior da Berkshire desde a compra da seguradora Alleghany, em 2022, por US$ 11,6 bilhões, reforçando a estratégia do grupo em ampliar sua exposição ao setor de energia.
Caixa recorde e sucessão em andamento
A Berkshire conta atualmente com um caixa recorde de US$ 344 bilhões, o que oferece à holding ampla capacidade para realizar movimentos de grande porte em busca de ativos estratégicos.
O anúncio da negociação ocorre em meio a uma transição de liderança. Buffett, de 95 anos, deixará o cargo de CEO no final de 2025, mas continuará como presidente do conselho.
O comando executivo será assumido por Greg Abel, atual vice-presidente de operações não seguradoras e ex-CEO da Berkshire Hathaway Energy, conhecido por sua sólida experiência no setor energético.
Buffett e a relação com a Occidental
A aproximação de Buffett com a Occidental não é recente. A Berkshire já possui mais de US$ 11 bilhões em ações da companhia, o que equivale a 28,2% do capital.
Além disso, em 2019, Buffett foi fundamental para viabilizar a compra da Anadarko Petroleum pela Occidental, ao investir US$ 10 bilhões no negócio.
Apesar do histórico de apoio, o mercado reagiu com cautela ao possível novo movimento: as ações da Occidental, sediada em Houston, recuaram 1,8% nessa terça-feira (30).
O que está em jogo com a OxyChem
A OxyChem é uma das principais unidades da Occidental, atuando no segmento petroquímico, que é estratégico dentro da cadeia de energia e produtos industriais.
Para a Berkshire, a aquisição reforçaria sua presença em um setor considerado crítico para a economia global.
Além disso, a Occidental tem buscado se posicionar como referência em tecnologias de captura de carbono, alinhando-se às tendências de sustentabilidade e transição energética.
Esse foco pode se tornar um diferencial importante para a estratégia de longo prazo da Berkshire Hathaway no setor.
Última cartada?
O possível acordo representa mais um passo do conglomerado no fortalecimento de sua atuação no setor de energia, considerado um dos mais estratégicos para o futuro.
Com Buffett preparando sua sucessão e Greg Abel pronto para assumir o comando, a transação também pode ser vista como um sinal de continuidade na visão de longo prazo da Berkshire Hathaway.