ONubank (ROXO34) possui cerca de 123 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia e agora busca expandir suas operações para os Estados Unidos.
O Nubank solicitou uma licença para atuar como banco nacional nos Estados Unidos, buscando assim novas oportunidades no mercado financeiro americano.
Em um comunicado, o Nubank informou nesta terça-feira (30) que seu pedido está em linha com o desejo de “explorar oportunidades internacionais no futuro, evoluindo sua plataforma regional para um modelo global”.
De acordo com o banco digital, uma licença bancária do Escritório do Controlador da Moeda dos Estados Unidos permitiria “inovar com responsabilidade e escalar de forma eficiente no mercado dos EUA, eventualmente oferecendo no futuro contas de depósito, cartão de crédito, empréstimos e custódia de ativos digitais”.
David Vélez, fundador e CEO da Nu Holdings, declarou: “A solicitação da licença de banco nacional nos EUA nos ajuda a atender melhor nossos clientes já estabelecidos no país e, no futuro, a nos conectar com pessoas que têm necessidades financeiras semelhantes e que poderiam se beneficiar de nossos produtos e serviços”.
Liderança brasileira
A operação do Nubank nos Estados Unidos será uma subsidiária integral da Nu Holdings e será liderada por Cristina Junqueira, co-fundadora e diretora de expansão do banco digital.
Cristina afirmou: “Apesar de ainda termos trabalho pela frente, acreditamos que, ao trabalhar em estreita colaboração com os reguladores, em breve estaremos em posição de ampliar nossa oferta para o mercado dos EUA como um todo”.
O Conselho de Administração da operação americana será presidido por Roberto Campos Neto, ex-presidente do BC (Banco Central) e atualmente vice-presidente e diretor global de políticas públicas do Nubank.
Além de Roberto Campos Neto e Cristina Junqueira, o conselho incluirá o ex-presidente e COO do Nu, Youssef Lahrech, e dois executivos americanos.
- Brian Brooks, ex-Comptroller of the Currency interino e atual CEO da Meridian Capital Group;
- Kelley Morrell, ex-diretora geral sênior da Blackstone, ex-diretora-chefe de estratégia do CIT Group e ex-executiva do Departamento do Tesouro dos EUA, além de fundadora e sócia-gestora da Highline Capital Management.
Outros mercados
Ao anunciar a expansão nos Estados Unidos, David Vélez afirmou que o Nubank continua concentrado em gerar crescimento em seus mercados atuais.
O banco digital opera no Brasil, México e Colômbia e, segundo o executivo, ainda vê “amplas oportunidades de expansão” nessas regiões.
Com o aumento da receita gerada nessas operações e uma rentabilidade superior à dos grandes bancos, o Nubank registrou um lucro recorde de US$ 637 milhões no segundo trimestre de 2025.
O que dizem os analistas?
Para a Ativa Investimentos, o processo junto ao Escritório do Controlador da Moeda dos Estados Unidos pode ser longo e sujeito a revisões rigorosas. No entanto, pode resultar em benefícios para o Nubank.
A licença permitiria ao Nubank oferecer “produtos bancários completos em um dos maiores mercados financeiros do mundo, expandindo a base de clientes e diversificando receitas”.
Os analistas acreditam que, “embora existam riscos regulatórios e competitivos, a experiência da companhia em mercados emergentes e sua plataforma tecnológica robusta podem facilitar a implementação da nova estratégia”.
A Ativa classifica a iniciativa como “positiva do ponto de vista estratégico, sinalizando ambição internacional e diversificação de receitas”.
“Em nossa avaliação, a entrada no mercado americano pode colocar o Nubank em vantagem estratégica frente a concorrentes e fintechs estabelecidas”, afirmou a empresa, que ainda vê “oportunidades de cross-sell e monetização da base atual de clientes ao oferecer novos produtos e serviços de forma integrada”.