O Ibovespa (IBOV) começou a semana em alta nesta segunda-feira (29), atingindo novos recordes. O principal índice da bolsa brasileira fechou em alta de 0,61%, aos 146.336,80 pontos, enquanto o dólar à vista caiu 0,31%, cotado a R$ 5,3223.
Durante o dia, o índice ultrapassou a máxima histórica intradiária, atingindo 147.558,22 pontos, superando o recorde anterior de 147.178,47 registrado no dia 23.
Esse movimento refletiu o fluxo de investimentos estrangeiros, as expectativas sobre a trajetória de juros nos Estados Unidos, declarações de autoridades econômicas brasileiras e a divulgação de novos dados do mercado de trabalho.
Eletrobras dispara, Braskem e Petrobras recuam
O destaque positivo foi a Eletrobras (ELET6), cujas ações superaram os R$ 50 pela primeira vez desde a privatização em junho de 2022, impulsionando o índice.
A Vale (VALE3) também ajudou na alta, com um avanço próximo de 1%, apesar da queda do minério de ferro na China.
Por outro lado, a Braskem (BRKM5) apresentou forte recuo após o rebaixamento de seu rating pelas agências de classificação de risco Fitch e S&P Global.
Além disso, a petroquímica anunciou que contratou assessores para reestruturar sua dívida, o que gerou preocupações sobre uma possível recuperação judicial ou extrajudicial.
A Petrobras (PETR4), por sua vez, também pressionou o índice, devido à queda do petróleo Brent diante de preocupações sobre um aumento da produção pela Opep+ em novembro.
Falas de Haddad e Galípolo em foco
No cenário doméstico, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reafirmou em evento em São Paulo o compromisso do governo com as metas fiscais de 2025 e 2026.
“A meta da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) está sendo perseguida com todo o esforço. Para 2026 vai ser igual”, declarou Haddad durante a Conferência Itaú Macro Vision.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que ainda há “muito esforço” a ser feito para trazer a inflação para a meta, observando que as projeções atuais não indicam o cumprimento integral da meta até 2026.
Os dados do Caged informaram a abertura de 147.358 vagas formais de trabalho em agosto, o pior desempenho para o mês desde o início da nova série histórica em 2020. Em agosto de 2024, foram criadas 239.069 vagas.
No acumulado de 2025, o saldo positivo é de 1,5 milhão de empregos, inferior aos 1,74 milhão do mesmo período do ano passado.
Juros nos EUA e risco de shutdown no radar
No cenário internacional, os mercados reagiram às expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro.
Conforme a ferramenta FedWatch do CME Group, os investidores precificavam 89,3% de chance de uma redução de 0,25 ponto percentual, o que representa um aumento em relação aos 87,7% registrados na sexta-feira (26). Atualmente, a taxa varia entre 4,00% e 4,25% ao ano.
Os mercados também acompanharam as negociações em Washington para evitar um shutdown do governo dos EUA.
O presidente Donald Trump planeja uma reunião com líderes democratas e republicanos nesta terça-feira (30) para buscar um acordo.
Outro ponto a ser observado foi o anúncio de Trump de um plano para encerrar o conflito na Faixa de Gaza, que repercutiu nos mercados internacionais.
Nos Estados Unidos, os principais índices de Wall Street fecharam em alta, impulsionados pela expectativa de divulgação do payroll de setembro na próxima sexta-feira (3). A mediana das projeções aponta para a criação de 51 mil vagas, após 22 mil em agosto.
- Dow Jones: +0,15%, aos 46.316,07 pontos;
- S&P 500: +0,26%, aos 6.661,21 pontos;
- Nasdaq: +0,48%, aos 22.591,15 pontos.
Na Europa, o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,18%, aos 555,53 pontos, com destaque para o setor farmacêutico.
Na Ásia, os mercados fecharam de forma mista: o Nikkei, do Japão, caiu 0,69%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, subiu 1,89%.