As ações da Vale (VALE3) encerraram a sessão desta quinta-feira (25) com alta de 0,59%, cotadas a R$ 58,21, o maior valor de fechamento registrado em 2025.
O avanço foi impulsionado pela valorização do minério de ferro na Bolsa de Dalian, na China, que subiu 0,25%, para 805,5 iuanes (equivalente a US$ 113,04) por tonelada.
O movimento da commodity reflete o esforço de reabastecimento antes do feriado do Dia Nacional da China, enquanto o mercado observa a disputa entre a estatal chinesa China Mineral Resources Group e a mineradora BHP por contratos de fornecimento.
Otimismo cauteloso com os papéis da mineradora
Apesar da valorização recente, o consenso entre analistas ainda é dividido. Algumas casas mantêm uma perspectiva positiva para o papel no médio e longo prazo, enquanto outras alertam que o preço atual limita o potencial de valorização adicional.
O BB Investimentos, por exemplo, revisou o preço-alvo da VALE3 para R$ 68,00 até o fim de 2026, frente aos R$ 65,00 anteriores, mantendo a recomendação de compra.
Segundo o relatório assinado por Mary Silva, a mineradora demonstrou avanços relevantes na operação ao longo do primeiro semestre de 2025, com destaque para:
- Produção em ritmo sólido;
- Redução de custos operacionais;
- Manutenção de margens, mesmo com preços médios mais baixos.
A análise do banco também considera um cenário mais favorável para o minério no segundo semestre, o que reforça a atratividade da empresa na visão dos analistas.
Itaú BBA projeta dividendos e recompra de ações
Em relatório publicado em agosto, o Itaú BBA manteve a recomendação de outperform (desempenho acima da média) para a VALE3, com preço-alvo de US$ 13 por ADR, o que corresponde a cerca de R$ 70 por ação.
A projeção foi ajustada para o fim de 2026, refletindo expectativas de forte geração de caixa e possibilidade de distribuição adicional de dividendos e programas de recompra de ações.
Mesmo com a expectativa de dívida líquida em torno de US$ 16 bilhões até o fim deste ano — número levemente acima do intervalo estabelecido pela própria companhia —, o banco acredita que a Vale deve manter conforto financeiro caso o minério siga cotado próximo a US$ 100 por tonelada.
Além disso, o BBA aponta que o equilíbrio entre oferta e demanda global deve se manter nos próximos trimestres, sustentado pelo consumo da China e do Sudeste Asiático, além do início de operação de novos projetos como Simandou, na África.
Já o BTG Pactual mostrou uma visão mais conservadora. Apesar de reconhecer avanços operacionais e de geração de caixa, os analistas estimam que o yield de fluxo de caixa livre para 2026 deve ficar abaixo de 10%, o que, segundo o banco, ainda não justifica uma recomendação de compra neste momento.
E agora: vale comprar, manter ou vender VALE3?
A valorização recente das ações da Vale e o cenário positivo para o minério de ferro elevam o interesse de investidores, mas requerem atenção.
Enquanto instituições como BB Investimentos e Itaú BBA veem espaço para mais valorização e retorno ao acionista, outros analistas adotam uma postura mais conservadora, observando com cautela o nível atual de preço dos papéis.
Para quem já tem posição na empresa, o momento pode ser de manutenção, aguardando novos desdobramentos no setor e nos fundamentos da companhia.
Já para quem ainda não entrou, é essencial avaliar o perfil de risco e a estratégia de longo prazo, além de acompanhar os próximos resultados operacionais.