O Banco do Brasil (BBAS3) deve pagar menos dividendos em 2023 devido à crise do agronegócio, mas poderá reajustar o payout ou até liberar dividendos extras em 2026, caso seus resultados melhorem.
A informação foi dada nesta quarta-feira (24) pelo CFO do BB, Geovanne Tobias, durante uma reunião com analistas e investidores em Nova York.
No encontro, o Banco do Brasil demonstrou os esforços em melhorar seus resultados, com expectativas de recuperação no balanço do quarto trimestre de 2025 e um crescimento previsto para 2026.
Diante dessa expectativa, Geovanne Tobias foi questionado sobre os dividendos do banco e mencionou que a instituição poderá revisar sua meta de remuneração aos acionistas, caso a estratégia de recuperação tenha sucesso.
Dividendos extras ou payout maior?
Segundo o CFO do BB, tudo dependerá das perspectivas de resultados. Se a estratégia atual alcançar os resultados esperados, o banco poderá aumentar os lucros e reavaliar sua política de dividendos em 2026.
Neste cenário, o banco teria duas opções para melhorar a remuneração dos acionistas: reverter o payout, que caiu de 40%-45% para 30% neste ano, ou liberar dividendos extras.
“Isso não significa que, dependendo dos resultados adicionais, eu não possa pagar dividendos extras”, declarou Tobias.
Para ele, essa seria uma forma de aumentar o retorno aos acionistas no próximo ano sem precisar comprometer-se com um payout mais alto no início de 2026.
BB vê recuperação a partir do 4T25
A estratégia de recuperação do Banco do Brasil envolve a renegociação de dívidas rurais, a revisão dos critérios de concessão de crédito e a diversificação dos negócios, especialmente no mercado de crédito pessoal. Esse plano conta ainda com o apoio de medidas do governo, como a Medida Provisória que liberou R$ 12 bilhões para a renegociação de dívidas rurais.
A instituição acredita que essas medidas estão criando condições para um crescimento e aumento da rentabilidade em 2026, com a possibilidade de sinais de recuperação no balanço do quarto trimestre de 2025, como a diminuição da inadimplência.
No entanto, a expectativa para o terceiro trimestre ainda é de resultados pressionados, pois as provisões contra perdas permanecem elevadas devido aos riscos no agronegócio. Segundo Tobias, o próximo balanço será similar ao do segundo trimestre, que registrou uma queda de 60,2% no lucro da instituição.
Apesar disso, a expectativa de melhora a partir do quarto trimestre parece ter animado os investidores, pois as ações do Banco do Brasil apresentaram leve alta na B3 nesta quarta-feira (24), enquanto o Ibovespa e outros bancos recuam.