Na manhã desta terça-feira (23), o Banco Central divulgou a Ata do Copom, reunindo as informações discutidas pelos diretores na reunião da semana passada. Na ocasião, o colegiado decidiu por manter a taxa básica de juros (Selic) em 15% ao ano.
Segundo a equipe monetária, esse patamar deve ser mantido por um longo período para que a inflação convirja para a meta anual de 3%. Os diretores acreditam que o modelo tem surtido efeito ao desacelerar a economia, mas ainda precisa ser mantido.
A equipe destacou que a atividade econômica doméstica demonstra uma moderação no crescimento. Isso aumenta a confiança de que o cenário delineado pelo Comitê está se concretizando. Elementos que poderiam causar discrepâncias, como estímulos fiscais ou creditícios, até o momento não geraram divergências relevantes.
Recentes leituras de inflação mostram uma dinâmica mais favorável do que a esperada no início do ano. Apesar das variações e oscilações em curto prazo, os núcleos de inflação têm permanecido acima do valor compatível com a meta há meses, indicando uma inflação pressionada pela demanda, o que requer uma política monetária contracionista por um período prolongado.
Embora o BC tenha registrado o movimento conforme o esperado, admite que pode voltar a aumentar a taxa de juros caso alguns indicadores mostrem descompasso. A inflação anual está projetada em um intervalo de 1,5% para mais ou menos, devendo ficar entre 1,5% e 4,5% no acumulado de 12 meses.
A equipe observou que há uma moderação gradual da atividade econômica, diminuição da inflação corrente e redução nas expectativas de inflação. Contudo, o Comitê seguirá vigilante e pode retomar o ciclo de alta se julgar necessário, reafirmando seu compromisso de levar a inflação à meta.
A decisão de manter a Selic em 15% foi votada de forma unânime pelos membros do Copom, composto por diretores da autarquia, incluindo o presidente Gabriel Galípolo, que apoiou a decisão.
O cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária. O Comitê continuará atento, avaliando se a manutenção da taxa de juros por um período prolongado é suficiente para garantir a convergência da inflação à meta. O Comitê ressalta que os próximos passos da política monetária poderão ser ajustados.
A Selic é um dos principais instrumentos financeiros do país, servindo como base para outros juros na economia. A maioria dos investimentos de renda fixa está atrelada a esse percentual, levando à expectativa de que os títulos públicos e privados paguem mais de 1% ao mês nos próximos trimestres.
Projeções futuras para o IPCA
A Ata do Copom também apresentou as projeções do órgão para a inflação deste ano e dos próximos. Em 2025, o Banco Central estima um IPCA de 4,8% no acumulado do ano, acima da margem superior definida.
Para 2026, os diretores projetam uma alta de 3,6% nos preços, resultante do patamar elevado dos juros pelos próximos meses. Nesse caso, a inflação deve convergir para a meta no primeiro trimestre de 2027, com um índice de 3,4%, considerando o acumulado dos 12 meses anteriores.
O Copom decidiu manter a taxa básica de juros em 15,00% a.a., entendendo que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para a meta ao longo do horizonte relevante. Essa decisão também busca suavizar flutuações na atividade econômica e promover o pleno emprego.