A Cosan (CSAN3) anunciou sua capitalização e informará aos investidores sobre os proventos para os próximos trimestres. O aumento de capital pode resultar em repasses mais modestos, impactando a disposição dos investidores para adquirir os papéis da companhia.
Durante teleconferência com analistas de bancos de investimento nesta segunda-feira (22), os executivos da companhia foram questionados sobre dividendos. Eles enfatizaram que os próximos pagamentos devem levar em conta a estrutura de capital, o cenário macroeconômico e a taxa básica de juros.
Rodrigo Araujo, CFO da Cosan, afirmou que a capacidade de distribuir dividendos depende de questões fundamentais. Ele ressaltou que, em caso de sucesso na redução da alavancagem, os sócios discutirão o tema, mas que, atualmente, esse processo ainda está longe de ser finalizado.
O principal desafio da Cosan é gerenciar a dívida líquida para que ela se aproxime de um percentual adequado. Analistas da XP Investimentos apontam que a dívida deve cair de R$ 23,7 bilhões para R$ 13,7 bilhões após o aporte anunciado.
De acordo com os analistas, o aumento de capital visa diretamente a melhoria da estrutura de capital da holding, priorizando o pagamento das dívidas mais onerosas. Após a injeção de capital, a dívida deverá ser reduzida para R$ 13,7 bilhões, incluindo R$ 6,2 bilhões referentes ao resgate de ações preferenciais, antes de contabilizar o consumo contínuo de caixa da holding.
Neste domingo, a companhia anunciou um aumento de capital de R$ 10 bilhões, a ser realizado com a ajuda do BTG Pactual e do fundo Perfin. Cada nova ação será emitida a R$ 5, um valor inferior ao fechamento na última sexta-feira, que ocorreu antes do anúncio do acordo.
Os investidores reagiram negativamente, e a companhia encerrou esta segunda (22) com uma perda de quase 20%. As ações iniciaram o dia acima de R$ 7,60, mas foram negociadas por períodos a R$ 5,70.