Após quase duas décadas, a Berkshire Hathaway (BERK34), do investidor Warren Buffett, encerrou seu investimento na BYD. Essa decisão ocorre em um momento de valorização de quase 4.000% nas ações da fabricante de carros elétricos.
A informação sobre o encerramento foi divulgada por um porta-voz da companhia em entrevista à CNBC neste domingo. Ele destacou que, desde 2008, as ações da empresa chinesa já aumentaram 3.890%.
Na ocasião da compra, a empresa investiu cerca de US$ 230 milhões, quantia que se valorizou para mais de US$ 9 bilhões em 2022. Essa foi a razão para que a Berkshire começasse a se desfazer de parte das ações, encerrando assim uma longa parceria no mercado de capitais.
Não está claro o motivo exato da decisão, mas Buffett já expressou insatisfação com as estratégias da BYD, que foca em metas trimestrais. Esse é um dos poucos pontos que conectam a visão do investidor com a de Donald Trump, presidente dos EUA.
As ações da BYD são negociadas na bolsa de Shenzhen, onde apresentaram uma queda de 1% nesta segunda-feira (22). Por volta das 11h, os papéis estavam cotados a 108 yuans, o que equivale a R$ 81.
Nos Estados Unidos, as ações caem cerca de 3,5%, próximo de US$ 14. Contudo, a valorização nos últimos 12 meses ultrapassa 25%, segundo as bolsas locais.
De acordo com dados do Investidor10, quem investiu na companhia há três anos viu seu patrimônio triplicar nesse período. R$ 1 mil aplicados se transformaram em R$ 3.095 em ações da BYD, enquanto no CDI o resultado foi de R$ 1.615.
Nova fábrica no Brasil
Apesar da forte valorização, a BYD mantém planos significativos nos países onde opera. Na Europa, enquanto a sua principal concorrente, a Tesla, enfrenta queda nas vendas, a BYD tem crescido rapidamente.
No Brasil, há quase dois meses, a BYD lançou um novo plano comercial com o primeiro carro elétrico produzido no país. O veículo foi apresentado na nova fábrica da empresa em Camaçari, na Bahia.
“Levamos apenas 15 meses entre o início das obras e a entrega do primeiro veículo em caráter experimental da nossa linha de produção. Este é um momento histórico não só para a BYD, mas para o futuro da mobilidade sustentável na América Latina. Escolhemos a Bahia pela força de seu povo, pela mão de obra capacitada e por acreditarmos no potencial transformador dessa região”, afirmou Stella Li, vice-presidente executiva global e CEO da BYD Américas e Europa.