Nas últimas semanas, o dólar dos Estados Unidos vem registrando forte queda em relação ao real. Até agora, a moeda brasileira já apresenta uma valorização de 16% em relação à divisa norte-americana neste ano.
Esse movimento confere ao Brasil a posição de maior valorização da América Latina em 2023. Em segundo lugar, está a Colômbia, onde o peso teve uma alta de 13% frente ao dólar.
O desempenho positivo do Brasil também é destacado entre as moedas que mais se valorizaram no mundo. A liderança global é da Rússia, com um crescimento de 36% do rublo nos últimos oito meses.
O ranking global é complementado pelo florim da Hungria (+20%) e pelas coroas da Suécia (18%) e da República Tcheca (17%).
Em contrapartida, a Argentina teve um desempenho negativo, com o peso desvalorizando 30% em relação ao dólar. A Turquia também apresenta um resultado negativo, com a lira caindo 14% em 2023.
De acordo com uma lista do Valor, apenas 4 das 33 divisas mais importantes do mundo apresentaram queda. O índice DXY, que mede a força do dólar, registrou uma queda de quase 6% nos últimos seis meses.
Veja as 10 maiores valorizações do ano
- Rublo | Rússia | 36%
- Florim | Hungria | 20%
- Coroa | Suécia | 19%
- Coroa | República Tcheca | 18%
- Real | Brasil | 16%
- Coroa | Noruega | 15%
- Franco | Suíça | 14%
- Euro | Europa | 13%
- Peso | Colômbia | 13%
- Coroa | Dinamarca | 13%
- Rúpia | Indonésia | -2%
- Rúpia | Índia | -3%
- Lira | Turquia | -14%
- Peso | Argentino | -30%
Moeda argentina em crise
Nas últimas semanas, o peso argentino enfrenta um dos maiores desafios do último ano. A desvalorização acelerada fez com que a cotação oficial ficasse atrás do dólar paralelo, que havia sido extinto no país.
No fechamento desta reportagem, a diferença entre as cotações era de apenas 15 pesos. O dólar oficial estava em 1.500 pesos, enquanto o valor do dólar blue era de 1.515, segundo dados dos monitores locais.
O Banco Central tem tentado controlar a alta, mas as medidas não têm surtido muito efeito. Na sexta-feira (19), o órgão vendeu US$ 678 milhões, mas não conseguiu estabilizar a moeda.
Essa venda representou o maior volume já registrado pelo país nos últimos 6 anos, acendendo alertas sobre a situação do câmbio local. Em menos de uma semana, a quebra chegou a mais de US$ 1 bilhão, conforme noticiado pela imprensa local.
Esses e outros movimentos econômicos vêm ocorrendo nas últimas semanas, no contexto das eleições legislativas. Há duas semanas, o partido do presidente Javier Milei perdeu a eleição na província de Buenos Aires, mas aguarda os resultados de outras regiões que influenciarão a política econômica atual.