Nesta semana, o Mercado Pago deu mais um passo para se tornar um banco digital completo. A subsidiária do Mercado Livre (MELI34) anunciou a compra da Nikos DTVM para começar a oferecer ativos mobiliários de diversos formatos.
A Nikos DTVM foi criada a partir de uma necessidade do Mercado Pago, após o término da parceria com a Órama, que foi adquirida pelo BTG Pactual e deixou de oferecer o serviço de investment-as-a-service.
“A parceria que tínhamos com eles vinha funcionando muito bem. Depois de três anos de trabalho, vimos que a aquisição era o passo natural”, afirmou Ignácio Estivariz, vice-presidente de fintech do Mercado Pago, ao Brazil Journal. “Acreditamos muito na nossa oferta de banco digital”.
O acordo entre as duas empresas ocorreu no modelo de fusão, o que inclui a absorção dos funcionários da DTVM. A expectativa é que a aquisição amplie as possibilidades da empresa no mercado de capitais.
“Desenvolvemos uma sólida parceria comercial com a Nikos, que já nos permitiu dar passos importantes na ampliação e fortalecimento do nosso portfólio de investimentos”, continuou o executivo.
Atualmente, o Mercado Pago conta com mais de 68 milhões de clientes, que utilizam predominantemente produtos simples, como conta remunerada. No entanto, essa base tem potencial para se tornar um grupo de investidores para outros produtos financeiros, conferindo uma vantagem à companhia em relação a grandes corretoras.
O Mercado Pago não divulgou o valor da operação, que ainda deve passar pela análise dos órgãos reguladores, como o Banco Central. Transações desse tipo geralmente não demoram para serem avaliadas e costumam ser aprovadas, dependendo dos termos do contrato.
Esse M&A pode ser para o Mercado Pago o que foi a aquisição da Easynvest pelo Nubank, em 2020, que representou uma mudança significativa na estratégia do banco digital em relação a investimentos.
O Nubank mantém uma área completa de investimentos, oferecendo produtos financeiros e gestão de recursos. Nos últimos meses, o banco digital tem lançado diversos ETFs, que são fundos de índices listados em bolsas.
Apesar de ser uma subsidiária do Mercado Livre, o Mercado Pago opera de maneira independente, com receita que já supera a de rivais listadas em bolsa. No ano passado, obteve um lucro líquido de R$ 1,9 bilhão, maior que o do Pagbank, que registrou R$ 1,7 bilhão.
Além de oferecer contas e cartões de crédito para pessoas físicas, a empresa tem uma forte atuação no mercado de adquirência, com a oferta de máquinas para cartões.