Com a taxa Selic mantida em 15% pelo Banco Central, analistas afirmam que os investidores devem ajustar suas carteiras para garantir bons rendimentos, pois o cenário de investimentos está mudando.
A manutenção da taxa Selic em 15% assegura retornos atrativos na renda fixa por um período. Investir nessa classe de ativos ainda é uma opção viável, especialmente em títulos pós-fixados, de acordo com os analistas.
Especialistas recomendam aumentar a exposição a ativos de renda variável, como ações e fundos de investimento. A expectativa é que a Selic comece a cair no início de 2026, o que deve beneficiar ativos de maior risco, uma vez que a renda fixa já não apresenta os mesmos retornos que em julho, quando a Selic também foi mantida em 15%.
“Embora o alto nível da taxa de juros indique cautela com ativos de risco, a expectativa de um possível ciclo de queda da Selic tende a favorecer a renda variável”, comentou a Rico Investimentos.
Em relatório enviado a clientes, a empresa enfatizou que “a Selic em alta exige cautela, mas não encerra a diversificação na bolsa”.
A bolsa brasileira já demonstra tendência de alta, impulsionada pelo corte de juros nos Estados Unidos. O Ibovespa alcançou recordes recentes, e analistas acreditam que o índice pode chegar a 150 mil pontos até o final do ano.
“Esse movimento, aliado à realocação global de portfólios e à queda nos juros, cria um ambiente favorável para ativos de risco, especialmente em mercados emergentes”, observou a Monte Bravo Investimentos, recomendando um portfólio diversificado com exposição ao dólar.
A diversidade internacional é sugerida pela Rico como uma forma de proteção em tempos de incerteza no Brasil e no mundo.
Onde investir?
🔎 Na renda fixa, os títulos pós-fixados, vinculados aos juros e à inflação, são os favoritos entre os analistas.
Esses títulos “oferecem um alto retorno com segurança”, segundo a Rico Investimentos.
“Para prazos mais curtos e foco em liquidez, os pós-fixados continuam sendo boas opções, considerando os juros em dois dígitos”, afirmou a XP.
Títulos prefixados devem ser avaliados com cautela, dado o cenário de incerteza, recomenda a Rico, sugerindo prazos curtos e emissores sólidos.
A XP também destaca a importância da cautela ao escolher emissores, priorizando aqueles com alavancagem controlada e custo de dívida baixo.
Na bolsa, a Rico Investimentos aconselha a manutenção de um “portfólio equilibrado”, combinando ações de dois tipos de empresas:
- empresas cíclicas de alta qualidade, que se beneficiam de uma possível redução da Selic;
- empresas resilientes, que operam em setores menos sensíveis aos juros, como energia, saneamento e financeiro, especialmente aquelas com boa geração de caixa e baixo endividamento.
“Essas ações ajudam a equilibrar o portfólio e costumam reagir bem, mesmo em cenários incertos”, explicou a Rico.
Nos FIIs (fundos imobiliários), a atenção se volta para os segmentos de logística e shopping centers, que devem se beneficiar da queda da Selic em 2026, segundo a Monte Bravo.
Outra alternativa é investir em ações e FIIs que oferecem retornos consistentes de dividendos. O Investidor10 informa que nove ações e mais de 30 FIIs apresentam dividend yield superior a 15% da Selic atualmente.