O Citi revisou sua recomendação para as ações do Banco do Brasil (BBAS3), elevando de neutra para compra e ajustando o preço-alvo de R$ 22 para R$ 29, o que implica um potencial de valorização de cerca de 33% em relação ao último fechamento.
Esse movimento ocorre em um contexto de recuperação recente das ações e indica que parte dos riscos já foi amplamente precificada.
De acordo com o relatório, a decisão é fundamentada em dois fatores principais:
Alívio regulatório e medidas governamentais
O banco pode se beneficiar de iniciativas recentes, como a Medida Provisória assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que libera R$ 12 bilhões para a renegociação de dívidas de produtores rurais afetados por eventos climáticos, além da flexibilização, pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), dos critérios para a cura de créditos em atraso.
Essas ações devem reduzir custos de risco e fortalecer a base de capital do Banco do Brasil até 2026.
Assimetria na avaliação
O Citi acredita que os riscos relacionados à qualidade da carteira e ao cenário macroeconômico já estão amplamente refletidos no preço atual da ação, o que possibilita ganhos adicionais caso os resultados sejam melhores do que o esperado.
Expectativas de lucro e riscos no radar
O Citi projeta um lucro líquido de R$ 29,3 bilhões em 2026, cerca de 9% acima do consenso do mercado. Essa estimativa leva em conta um custo de risco mais normalizado e possíveis ganhos de capital decorrentes das medidas regulatórias.
- Apesar do otimismo, os analistas identificam dois riscos que precisam ser monitorados:
- Adesão limitada ao programa governamental ou desempenho abaixo do esperado na carteira de crédito agrícola;
- Pressões provenientes das PMEs, que representam aproximadamente 11% da carteira consolidada de empréstimos e podem afetar a qualidade dos ativos.
Contudo, o Citi avalia que os impactos positivos da flexibilização regulatória devem superar os desafios de curto prazo. Entre os efeitos esperados estão receitas ligeiramente maiores, fortalecimento da base de capital e melhora no provisionamento.
Para os analistas, o 3T25 pode marcar o fundo da lucratividade do Banco do Brasil, especialmente após julho, quando o banco deve registrar despesas de provisão próximas a R$ 16 bilhões, em linha com os R$ 15,9 bilhões reportados no 2T25.