Nesta quarta-feira (17), a Embraer (EMBR3) informou que o governo de Portugal assinou um contrato para a aquisição de um caça KC-390 Millennium. Segundo a fabricante, o acordo faz parte do processo de modernização da Força Aérea Portuguesa.
O contrato também prevê a possibilidade de aquisição de outras dez aeronaves adicionais nos próximos anos. O objetivo é aumentar a frota do exército português e reforçar a capacidade do país em missões militares e civis.
A nova compra foi decidida apenas dois meses após o país europeu receber o terceiro avião do mesmo modelo, que integra um contrato assinado com a empresa brasileira em 2019, prevendo cinco KC-390 e um simulador de voo.
Com autonomia de 6 mil quilômetros, o caça possui um custo que pode chegar a US$ 50 milhões. É um veículo projetado para transporte militar, com capacidade de lançamento de cargas e paraquedistas em voo, além de ser utilizado em operações especiais e de contar com tecnologia avançada.
“O KC-390 Millennium incorpora tecnologias comprovadas e reconhecidas em sistemas de arquiteturas redundantes, levando a níveis de confiabilidade sem precedentes no segmento”, afirma a Embraer. “Possui facilidades de manutenção como requisito relevante, empregando os métodos mais eficientes”.
Na tarde desta quarta-feira, as ações da Embraer apresentavam baixa de 1,4%, cotadas a R$ 74,80, conforme dados da B3. Desde o início do ano, no entanto, a valorização dos papéis já chega a 30%.
Enquanto isso, greve dos funcionários
No mesmo dia em que a companhia firmou o novo contrato, os funcionários da fábrica em São José dos Campos aprovaram uma paralisação por tempo indeterminado. O grupo de metalúrgicos reivindica um reajuste salarial de 11%, conforme informou o sindicato ao qual estão filiados.
A greve ocorre na linha de produção destinada aos aviões comerciais da fabricante. Apesar do crescimento em outros segmentos, essa linha é a principal fonte de receita da Embraer atualmente.
A greve foi aprovada em assembleia com a participação de 3 mil empregados, que rejeitaram a proposta da empresa de conceder um aumento de 5,05%. A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) representa a marca nas negociações.
Em nota à imprensa, a Embraer expressou surpresa com a ação do sindicato, afirmando que cerceia o direito constitucional de ir e vir. A companhia acrescentou que as negociações estão em andamento e que todas as fábricas “operam normalmente em todo o Brasil”.