A agência de classificação de risco S&P Global Ratings elevou nesta terça-feira (17) a nota de crédito da Vale (VALE3) de BBB- para BBB, com perspectiva estável.
A decisão representa um avanço significativo para a mineradora, que tem se empenhado nos últimos anos para restaurar a confiança de investidores e reguladores após os desastres de Mariana (2015) e Brumadinho (2019).
De acordo com a agência, a melhoria na classificação reflete o foco contínuo da empresa na redução de riscos, com ênfase no progresso no descomissionamento de barragens.
Em setembro, a Vale retirou a última estrutura de sua lista de maior risco, representando um marco na sua agenda de segurança.
Além disso, a S&P reconheceu os avanços na supervisão e nos controles de risco, considerando a gestão e a governança corporativa como “neutras para o rating”, enquanto anteriormente a visão era negativa.
Alavancagem controlada e disciplina financeira
Outro destaque da S&P foi a resiliência financeira da Vale em um ambiente de preços mais baixos para minério de ferro e metais básicos.
Apesar da volatilidade das commodities, a mineradora conseguiu manter a alavancagem sob controle e um balanço financeiro sólido, ajustando de maneira disciplinada investimentos, recompra de ações e distribuição de dividendos conforme as condições de mercado.
Na visão da agência, a perspectiva estável indica que a Vale deve continuar com forte geração de caixa e liquidez robusta, evitando pressões adicionais sobre o endividamento.
Segundo a análise, a mineradora tem margem para readequar sua política de dividendos e capex, caso o cenário global se deteriore, mantendo assim a solidez de sua estrutura de capital.
Estratégia de valor, não de volume
A S&P também ressaltou a mudança estratégica da Vale nos últimos anos, priorizando rentabilidade e valor do portfólio em vez de maximização de volumes.
Esse movimento, conforme a agência, proporciona maior flexibilidade para ajustar a produção às condições de mercado.
Como exemplo, foi mencionada a redução significativa da produção de pelotas em 2025, uma decisão tomada em resposta a preços menos atrativos.
A agência citou ainda as melhorias operacionais no níquel, bem como a expansão da produção de cobre, reforçando a diversificação e eficiência da companhia.