A JBS (JBSS32), a maior produtora de carnes do mundo, vê o mercado europeu de proteína animal como uma oportunidade para expansão.
Wesley Batista, acionista controlador da empresa, afirmou que o setor no continente é fragmentado, o que abre espaço para novas aquisições.
A declaração ocorreu na terça-feira (17) durante um evento transmitido ao vivo, que contou com a presença de Marcos Molina, controlador da Marfrig (MRFG3) e da BRF (BRFS3).
Batista mencionou que a listagem das ações da JBS em Nova York no início deste ano trouxe vantagens estratégicas, ampliando o acesso da empresa a investidores globais e reduzindo o custo de capital.
Esse movimento fortalece a capacidade de competir com rivais internacionais, como a Tyson Foods nos Estados Unidos, e com empresas brasileiras listadas em bolsa, como a Minerva (BEEF3).
Batista reconheceu que, apesar do interesse em aquisições na Europa e outros mercados, as oportunidades no Brasil e nos Estados Unidos são praticamente inexistentes devido a barreiras concorrenciais.
A empresa já possui uma participação significativa nos setores de bovinos, suínos e aves, o que limita a possibilidade de expansão por meio de fusões ou incorporações.
“No boi, porco e frango, eu não posso fazer aquisição nenhuma mais, pois temos cerca de 20% a 25% do mercado norte-americano das três proteínas”, explicou.
Situação semelhante ocorre no Brasil, onde a expansão por aquisições em alimentos processados é inviável, segundo Batista.
Outro ponto mencionado foi o impacto indireto de medicamentos como Mounjaro e Ozempic sobre a demanda global por proteínas.
Ele afirmou que o uso crescente desses remédios para emagrecimento — adotados por cerca de 15 milhões de americanos — está estimulando o consumo de carne.
Ainda não há dados concretos para medir esse efeito, mas Batista acredita que essa tendência beneficia a indústria de alimentos a longo prazo.