Nesta terça-feira (16), o Ibovespa (IBOV) atingiu um novo recorde histórico, encerrando o dia acima dos 144 mil pontos, com alta de 0,4% em relação ao dia anterior.
O desempenho do índice antecede as decisões que ocorrerão nesta quarta-feira (17), quando os Bancos Centrais do Brasil e dos Estados Unidos determinarão os novos patamares dos juros em seus países. A maioria dos analistas aponta para um corte de 0,25% na taxa norte-americana, levando investidores estrangeiros a buscar o mercado de ações em busca de retornos mais atrativos.
No acumulado do dia, a Qualicorp (QUAL3) foi a maior beneficiada, com suas ações aumentando mais de 6%, atingindo R$ 2,10. Desde o início do ano, a operadora de saúde apresenta uma valorização de 40%, de acordo com dados da B3.
Os papéis da Marfrig (MRFG3) e da BRF (BRFS3), que passarão por uma fusão na próxima semana, também subiram significativamente no pregão. Ambos os ativos tiveram alta superior a 5%, encerrando o dia cotados em R$ 27,50 e R$ 22,15, respectivamente.
Na parte negativa, destaca-se a Hapvida (HAPV3), que registrou uma queda de 3%, chegando perto de R$ 38. Natura (NATU3) e Meliuz (CASH3) também sofreram quedas expressivas, de quase 2% cada uma.
Cenário internacional
O dólar teve um desempenho positivo para os brasileiros, operando abaixo dos R$ 5,30, um patamar não visto há pelo menos 15 meses.
Por outro lado, o euro valorizou-se em 0,3%, encerrando o dia a R$ 6,28. O peso argentino, por sua vez, ampliou sua desvantagem frente ao real brasileiro, com uma queda de 0,5%, segundo dados do Banco Central.
Nos Estados Unidos, os principais índices encerraram com leve queda: o S&P 500 caiu 0,1%, o Dow Jones perdeu 0,2%, a NYSE recuou 0,09% e a Nasdaq reduziu 0,06%.
Fed, Copom e Super Quarta
Amanhã, conhecida como Super Quarta, as decisões sobre a taxa de juros básico estarão em pauta tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. No Brasil, há expectativas de que o Banco Central mantenha a Selic em 15% ao ano.
Os olhares voltam-se para os Estados Unidos, onde as incertezas em torno da decisão permanecem. Se as expectativas dos analistas se confirmarem, o Fed pode reduzir os juros em 0,25%, para uma faixa entre 4% e 4,25%.
Caso essa situação se concretize, será a primeira redução de juros deste ano, após seis reuniões consecutivas em que o Banco Central manteve a taxa inalterada. A pressão do presidente Donald Trump, juntamente com os indicadores da economia, deve influenciar a decisão dos diretores em relação a essa medida, que é considerada um remédio amargo para regular a economia.