O Copom (Comitê de Política Monetária) se reunirá nesta quarta-feira (17) em paralelo ao Federal Reserve (Fed) nos Estados Unidos. A expectativa é de manutenção da taxa Selic em 15% no Brasil, enquanto o banco central norte-americano deve reduzir os juros em 0,25 ponto percentual.
A pesquisa pré-Copom da XP Investimentos (XPBR31), divulgada na véspera, ouviu 25 gestoras de multimercados macro e mostrou consenso em relação à manutenção dos juros no Brasil.
A novidade na pesquisa foi a projeção de longo prazo: as casas agora estimam a Selic em 12,25% ao fim de 2026, ante 12,6% no levantamento anterior.
Call de dólar fraco e impacto do Fed
O início do ciclo de cortes do Fed, após levar a taxa ao maior nível em duas décadas, é considerado um marco importante.
Desde dezembro, os juros nos EUA estão entre 4,25% e 4,50%, e a expectativa é que o corte desta quarta-feira seja o primeiro de uma série em 2025.
Esse contexto favorece moedas emergentes, como o real, e já influenciou o posicionamento das gestoras: em setembro, 68% estavam compradas em real, comparado a 41% na pesquisa anterior.
A percepção negativa sobre a economia nacional diminuiu de 73% em março para 18% atualmente.
Ciclo de alta acabou
A pesquisa indica uma mudança nas estratégias em renda fixa. 71% dos gestores estão alocando capital em juro nominal, contra 46% em julho e apenas 17% em janeiro.
Essa mudança reflete a convicção de que o ciclo de alta da Selic chegou ao fim e de que há potencial para ganhos com a futura queda da taxa.
Inflação e PIB
Na questão inflacionária, a projeção para o IPCA de 2025 foi reduzida para 4,79%, o menor nível desde o início do ano, indicando que as pressões estão diminuindo, embora o índice permaneça acima da meta de 3%.
Para o PIB, a estimativa é de crescimento de 2,28%, ligeiramente abaixo dos 2,35% previstos em agosto, mas superior aos 2,06% de janeiro, o que sinaliza resiliência econômica.
O comunicado do Copom deve ser interpretado em conjunto com os sinais do Fed. O mercado busca informações sobre a direção da política monetária em ambos os países, visto que o Brasil pode começar a oferecer cortes a partir de 2026 se a desaceleração da inflação se concretizar.