O Ibovespa vem renovando suas máximas históricas nos últimos dias, com a expectativa de que essa tendência continue após o corte de juros nos Estados Unidos, previsto para quarta-feira (17).
O principal índice da bolsa brasileira alcançou a marca de 144,5 mil pontos nesta terça-feira (16). Instituições financeiras como a Monte Bravo e a XP Investimentos projetam que o Ibovespa pode atingir 150 mil pontos até o final de 2025.
A Monte Bravo, em sua carta mensal, afirmou que o cenário global favorece ativos de países emergentes devido à perspectiva de juros mais baixos nos Estados Unidos e um dólar mais fraco.
A diminuição dos juros americanos reduz a atratividade dos títulos do Tesouro dos EUA, levando investidores a buscar outras oportunidades em mercados globais, o que tende a beneficiar ativos de mercados emergentes, como o Brasil.
O Brasil, por sua vez, se encontra em uma posição favorável, uma vez que a expectativa é de que a taxa Selic se mantenha nos atuais 15% até pelo menos o final de 2025, aumentando o diferencial de juros em relação aos EUA.
De acordo com a XP Investimentos, gestores estão mais otimistas em relação aos ativos brasileiros. A casa consultou 25 gestoras no início do mês e observou um aumento nas posições compradas em ações brasileiras, de 46% em julho para 64% em setembro.
Além disso, 68% dos gestores estavam comprados em real, comparado a 41% na pesquisa anterior. Segundo a XP, “o movimento reflete tanto a expectativa de cortes nos EUA quanto a melhora marginal da perspectiva doméstica, com apenas 18% dos gestores mantendo visão negativa para a economia local, ante 73% em março”.
Para a economia brasileira, os gestores preveem que o PIB (Produto Interno Bruto) deve crescer 2,28% em 2025, e a inflação está desacelerando, o que deve abrir espaço para cortes de juros em 2026. “A novidade está nas expectativas para os
juros em 2026: a mediana da expectativa de Selic para o final de 2026 recuou de 12,6% para 12,25%”, destacou a XP.
Riscos
Os analistas reconhecem que há riscos associados ao Ibovespa. O principal deles é a possibilidade de que os Estados Unidos imponham novas sanções ao Brasil devido à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), conforme anunciado pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio.As sanções já impactaram as ações brasileiras, especialmente dos bancos.
A Monte Bravo também aponta que riscos fiscais e a incerteza eleitoral “podem roubar um pouco do brilho da onda global, mas não a ponto de impedir a continuidade da alta dos preços dos ativos” no Brasil.