Em fato relevante divulgado nesta terça-feira (16), a Petrobras (PETR4) informou que fechou um contrato para retomar a produção de fertilizantes na região nordeste do país. A empresa escolhida foi a Engeman, que prestará serviços nos estados da Bahia e Sergipe, com início das operações previsto até o fim deste ano.
O processo de seleção da Engeman ocorreu por meio de licitação, após a antiga contratada deixar de operar em 2023. Na ocasião, a Unigel afirmou que o alto preço do gás natural inviabilizava os lucros da operação.
“A previsão é que a posse para a Petrobras seja restabelecida no mês que vem, prazo no qual a Unigel desmobilizará suas equipes e realizará outros processos de encerramento do arrendamento”, disse a Petrobras no comunicado de terça-feira.
No total, a companhia espera gerar 800 empregos diretos e indiretos com a nova linha de produção. “Reforça o compromisso da Petrobras com o desenvolvimento da cadeia produtiva nacional”, afirma o documento.
O retorno da produção de fertilizantes no nordeste é uma demanda do presidente Lula, que defendeu, ainda em campanha, que a estatal deveria voltar a operar neste setor. O Brasil é um dos maiores produtores agrícolas do mundo, mas depende de fertilizantes importados para manter a safra em dia.
Por outro lado, não há consenso no mercado sobre o papel da petrolífera na área de fertilizantes, com muitos agentes considerando essa uma aposta controversa. Isso ocorre porque os preços praticados por outros países tornam os produtos importados competitivos, o que não indicaria uma necessidade da produção nacional.
Em evento recente, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, defendeu a atuação da companhia no segmento, ressaltando a necessidade de garantir insumos básicos produzidos no Brasil. Ela destacou o caso da ureia, necessária para a produção de vários itens, que atualmente vêm exclusivamente do exterior.
“O agro e o setor de petróleo estão se fundindo cada vez mais. E o fertilizante é uma excelente oportunidade para ampliarmos o nosso mercado de gás”, afirmou Chambriard.
No plano estratégico da petrolífera para o quadrênio 2025-2029, foram destinados R$ 900 milhões para a operação de fábricas de fertilizantes, com a previsão de geração de até 15 mil postos de trabalho, conforme destacou a executiva.