O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira (15), estabelecendo novas máximas históricas e alcançando 143 mil pontos, em São Paulo.
Esse movimento foi impulsionado principalmente pela expectativa de que o Federal Reserve (Fed) anunciará o início de um ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos esta semana.
O índice da bolsa brasileira subiu 0,90%, encerrando em 143.546,58 pontos, um novo recorde histórico.
Durante a sessão, atingiu 144.193,58 pontos, a máxima intradia também sem precedentes. A mínima registrada foi de 142.292,21 pontos.
Operadores comentam que o desempenho é resultado da combinação de fatores internos e externos, especialmente o otimismo em relação à política monetária dos EUA.
Olhar voltado ao Fed
Os investidores estão atentos à reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que ocorre de terça (16) até quarta-feira (17).
O consenso aponta para um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, atualmente fixada entre 4,25% e 4,50% ao ano.
Além da decisão, serão divulgadas projeções econômicas atualizadas e o discurso do presidente Jerome Powell, que indicará o ritmo e a intensidade dos cortes nos próximos meses.
Uma política monetária mais flexível nos EUA tende a atrair investimentos para países emergentes, como o Brasil, fortalecendo a valorização dos ativos brasileiros.
Selic sob pressão
No Brasil, o Banco Central anunciou o IBC-Br, que é uma prévia do PIB. O indicador apontou uma retração de 0,5% em julho em comparação a junho, marcando o terceiro mês consecutivo de queda na atividade econômica.
Esse resultado, inferior às expectativas (queda de 0,2%), reforçou a percepção de desaceleração da economia, levando a apostas de que o ciclo de cortes da Selic pode começar antes, no início de 2026.
No mercado de juros futuros, as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) caíram. O contrato para janeiro de 2027 fechou em 13,985% (anteriormente 14,022%), enquanto o de janeiro de 2028 caiu para 13,245% (de 13,302%).
Entre os vencimentos mais longos, o DI para janeiro de 2031 terminou em 13,375%, e o de janeiro de 2032, a 13,475%.
Destaques do pregão
Entre os destaques positivos, Vale (VALE3) subiu 0,88% e Petrobras (PETR4) cresceu 0,87%, impulsionadas pela alta do petróleo global e pelo anúncio de novos investimentos da estatal na África. A Eletrobras (ELET3) também teve um desempenho positivo, com alta de 3,02% após análises que a consideraram a favorita do setor elétrico.
No setor de saneamento, Sabesp (SBSP3) registrou alta de 1,30% após a primeira revisão tarifária desde a privatização.
Por outro lado, Banco do Brasil (BBAS3) caiu 2,20%, sendo o único entre os grandes bancos a fechar no vermelho, enquanto os demais apresentaram ganhos em torno de 1%.
O que esperar
Analistas afirmam que o Ibovespa se beneficia de um ambiente global mais propício ao risco, mas alertam que a continuidade das altas dependerá das indicações do Fed e do comportamento dos indicadores de inflação, tanto nos EUA quanto no Brasil.
No curto prazo, expectativa de elevada volatilidade nos pregões seguintes à decisão do banco central norte-americano, especialmente em setores sensíveis a juros, como bancos e varejo.