A Petrobras (PETR4) anunciou que pretende investir bilhões de reais na produção de etanol de milho, como parte de uma nova estratégia voltada para a transição energética.
Embora não esteja claro como a empresa realizará esse investimento, a aquisição de uma empresa já atuante no setor é a opção mais provável. Algumas candidatas estão sendo consideradas, mas nenhum acordo foi fechado até o momento.
O JP Morgan avaliou as vantagens do investimento da companhia nesse setor, estimando que o aporte seria de cerca de US$ 2,2 bilhões, com um potencial retorno sobre capital investido (Roic) de 18%.
Ainda que o banco veja a possibilidade de lucros com esse investimento, pode haver uma redução nos dividendos pagos aos acionistas, com o relatório do JP Morgan indicando uma diminuição de até 1,2% no valor distribuído.
A mudança na alavancagem da companhia seria de 1,4x para 1,5x, embora ainda permanecesse abaixo do limite de US$ 75 bilhões. Contudo, os analistas acreditam que a entrada no novo segmento não alteraria a estratégia da empresa.
O JP Morgan também menciona que o retorno da Petrobras aos combustíveis renováveis pode atrair apoio governamental e abrir oportunidades em mercados pouco explorados, como nas regiões Norte e Centro-Oeste.
Atualmente, a produção de etanol no Brasil é de aproximadamente 36 bilhões de litros por ano, suficiente para abastecer apenas metade dos veículos compatíveis com esse combustível no país. Assim, a Petrobras poderia gerar etanol para atender a outra metade da frota, como os veículos flex que utilizam tanto álcool quanto gasolina.
Na tarde de sexta-feira (12), as ações da Petrobras eram negociadas em torno de R$ 31,50, apresentando pouca variação em relação ao fechamento anterior. Desde o início do ano, a desvalorização é de quase 15%, um valor que se mantém também se considerarmos os últimos 12 meses. O valor de mercado da estatal é atualmente de R$ 425 bilhões, conforme a B3.