Os investidores têm demonstrado interesse em aplicar na renda fixa por meio das debêntures incentivadas, que permitem isenção de imposto de renda. De janeiro a julho de 2025, empréstimos para empresas com projetos de infraestrutura no Brasil totalizaram R$ 88,8 bilhões, um aumento de 6,2% em relação ao mesmo período de 2024.
Conforme dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), investidores de renda fixa estão em busca de alternativas mais rentáveis que os juros compostos de 15% ao ano do Tesouro Direto, mas nem todas as debêntures incentivadas compensam o investimento.
Por isso, é importante considerar as opiniões dos analistas de grandes instituições financeiras sobre crédito privado. Nesse contexto, as debêntures incentivadas da Brava Energia (BRAV3) foram monitoradas pelo BTG Pactual em setembro.
Com o código de negociação (RRRP13), as debêntures da petroleira oferecem uma remuneração de IPCA+ 8,41% ao ano, com vencimento em 15 de outubro de 2033. Apesar da classificação de risco ser AA− pela S&P, os títulos da Brava Energia são considerados competitivos.
Os analistas Frederico Khouri e Luís Gonçalves destacam em relatório que “o prêmio de crédito pago pela Brava Energia é atrativo, considerando a diversificação do portfólio e as sinergias da fusão com a 3R Petroleum, além do aumento da produção de petróleo com o novo sistema em Atlanta”.
Debêntures X Tesouro Direto
As debêntures da Brava Energia têm como referência o Tesouro IPCA+ 2030, que apresentava uma taxa indicativa de IPCA+ 7,83% ao ano, conforme dados da Anbima de 10 de outubro.
Assim, enquanto um investimento no governo renderia IPCA+ 7,83% ao ano, após a cobrança de imposto de renda, as debêntures da petroleira oferecem um diferencial significativo de juros, isentos em IPCA+ 8,41% ao ano.
O BTG Pactual ressalta, no entanto, que o investimento em debêntures não possui proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), o que pode resultar em maiores riscos de calote para o investidor que empresta diretamente às empresas.
Outros aspectos importantes a considerar sobre a Brava Energia são a vulnerabilidade do negócio às flutuações nos preços de petróleo e os riscos associados ao aumento da produção.
A análise também aponta que “o breakeven de caixa da BRAV3 é competitivo em comparação com a maioria das petroleiras júniores, girando em torno de US$ 50 a US$ 55 por barril de petróleo. Atualmente, o preço do petróleo tipo Brent está em torno de US$ 67 por barril”, concluem os especialistas.