O novo bloco de controle da Reag Investimentos (REAG3) começou a avançar com negociações para a venda de ativos da gestora em outubro de 2023.
A Reag recebeu novos controladores no domingo (7), após o fundador, João Carlos Mansur, vender sua participação na empresa para os principais executivos.
Poucos dias depois, a Reag informou ao mercado sobre negociações para a venda de dois ativos: a Empírica Holding e a Ciabrasf (Companhia Brasileira de Serviços Financeiros), com ações negociadas na B3 sob o ticker ADMF3.
Empírica
A Empírica foi adquirida pela Reag em meados de 2024, para integrar sua vertical de crédito. Agora, deve ser vendida para a Smart Hub Participações por R$ 25 milhões, a serem pagos em seis parcelas semestrais.
Segundo Memorando de Entendimentos firmado nesta terça-feira (9), a Smart Hub Participações também assumirá os pagamentos pendentes da Reag aos antigos proprietários da Empírica, que podem chegar a R$ 50 milhões.
O fechamento do negócio ainda depende do cumprimento de algumas condições.
Ciabrasf
A Ciabrasf deve ser vendida para a B100 Controle e Participações, a holding controladora do Grupo Planner.
A Reag anunciou um protocolo de intenções para a venda do bloco de controle da Ciabrasf nesta quarta-feira (10), concedendo exclusividade ao Grupo Planner para negociação pelos próximos 60 dias.
A transação envolve cerca de 5,6 milhões de ações ordinárias, representando 96,93% do capital social total da Ciabrasf.
Cada ação é negociada por R$ 70 na B3 nesta quarta-feira (10). Portanto, o total do negócio pode chegar a cerca de R$ 400 milhões.
Mudança de controle
A Reag obteve um novo bloco de controle após ser alvo de uma megaoperação que investigou a relação entre crime organizado e o mercado financeiro.
As investigações indicam que criminosos utilizavam fundos de investimento para ocultar lucros de atividades ilícitas, como a venda de combustíveis adulterados e sonegação fiscal.
Em nota, a Reag afirmou que “refuta veementemente qualquer atuação em estruturas de natureza ilegal”.
A gestora também garantiu atuar conforme as normas do mercado financeiro e manter controles internos rigorosos de prevenção à lavagem de dinheiro.
Sobre os fundos mencionados na investigação, a Reag afirmou que sua atuação sempre foi ética e que os fundos foram objeto de renúncia ou liquidação meses atrás.
João Carlos Mansur vendeu sua participação para executivos da empresa por meio da Arandu Capital Holding, por cerca de R$ 100 milhões.
Segundo a gestora, essa decisão visou proteger a integridade e a reputação da REAG Investimentos S/A e seus stakeholders, em resposta a especulações infundadas.
Mansur também renunciou ao cargo de presidente do Conselho de Administração da Reag, sendo substituído por Felipe Oppenheimer Pitanga Borges.
Nesta terça-feira (9), o conselho elegeu Edson Inácio da Silva como novo Diretor Financeiro da companhia, cargo vago desde o domingo (7), quando a então CFO, Fabiana Franco, renunciou.