Proposta de Indenização do Itaú
O Itaú (ITUB4) apresentou uma proposta de indenização para mais de mil funcionários demitidos por baixa produtividade no home office. Segundo o Sindicato dos Bancários, o banco se compromete a pagar até 10 salários mínimos e outros benefícios para os trabalhadores afetados pela demissão em massa.
A oferta foi comunicada durante negociações no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), na última segunda-feira (6). Os trabalhadores demitidos têm até a próxima quinta-feira (9) para decidir se aceitam os termos propostos.
A indenização proposta pelo Itaú inclui o pagamento de quatro ou seis salários mínimos (dependendo do tempo de trabalho), uma quantia extra de R$ 9 mil por colaborador, além do 13º da cesta de alimentação. O pacote de indenização também garante a manutenção da taxa de juros dos financiamentos, similar à dos trabalhadores ativos.
Valeska Pincovai, diretora executiva do Sindicato e coordenadora da COE Itaú (Comissão de Organização dos Empregados do Itaú), afirmou: “Para a gente, a proposta que sai daqui é muito importante. O banco errou e estamos aqui para atender estes trabalhadores, principalmente o pessoal que tinha estabilidade. O Itaú vai voltar atrás no caso de quem estava gestante e, no caso dos adoecidos, o banco se comprometeu a analisar caso a caso. Saímos daqui vitoriosos.”
As demissões no Itaú ocorreram no mês passado, quando a instituição financeira informou que os impactos foram atribuídos à baixa produtividade no trabalho remoto. Investigações internas revelaram que alguns trabalhadores apresentaram apenas 20% da atividade diária, apesar de registrarem horas extras.
Na ocasião, o Itaú divulgou uma nota destacando que “atitudes como essas prejudicam a todos, pois desgastam relações de trabalho, comprometem o ambiente de colaboração e minam a liberdade que conquistamos nos modelos mais flexíveis, como o modelo híbrido”.
A ação movida pelo sindicato pedia a reintegração dos trabalhadores, que foram demitidos de forma repentina. Pincovai comentou: “Queríamos sim a reintegração, não conseguimos, mas na medida do possível os trabalhadores vão sair com o reconhecimento de tudo o que aconteceu”.
Por meio de uma nota divulgada nesta terça-feira, o Itaú ressaltou que mantém um diálogo constante com os representantes sindicais e busca garantir um ambiente de conciliação e entendimento mútuo para evitar conflitos legais. O banco afirmou que os desligamentos ocorridos em 08/09 não configuram demissão em massa, sendo considerados desligamentos plúrimos, com avaliação das condições individuais de cada colaborador, sem intenção de redução de quadro.