O ex-diretor estatutário da Americanas (AMER3), Márcio Cruz Meirelles, fechou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. O executivo atuava na companhia na época do escândalo contábil e pode ajudar nas investigações que apuram o caso.
O nome de Meirelles se junta ao de outros profissionais que já firmaram acordos com o MPF. A expectativa é que ele possa fornecer mais detalhes sobre a pressão interna para obter bons resultados e o início das manobras contábeis que resultaram no caso bilionário.
Márcio foi denunciado pela promotoria em março deste ano como parte do grupo responsável pela fraude contáblil de R$ 22,8 bilhões. Além dele, Marcelo Nunes, Flávia Carneiro e Fábio Abrate já assinaram o acordo para fornecer informações ao órgão judicial.
O caso dele chama a atenção, pois foi um dos executivos que venderam ações da companhia antes do escândalo ser tornado público. Sua delação será dividida em quatro anexos: relação patrimonial, histórico profissional na Americanas, cultura de pressão e manobras contábeis.
Desde janeiro de 2023, a Americanas passa por um período de baixa na bolsa de valores, após informar ao mercado inconsistências contábeis de até R$ 20 bilhões. No mesmo mês, a companhia entrou com um pedido de recuperação judicial e já perdeu quase R$ 10 bilhões em valor de mercado.