No dia 11 de outubro, a seleção de futebol de Israel enfrentará a Noruega em um jogo das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. No entanto, não há certeza sobre a realização da partida.
Uma comissão da ONU declarou que Israel está cometendo genocídio contra palestinos em Gaza, solicitando à Fifa e à Uefa que suspendam o país de competições esportivas. A expectativa é que a Uefa tome uma decisão na próxima semana, com chances reais de punição.
A seleção israelense ocupa o terceiro lugar em seu grupo, e uma sanção poderia comprometer suas chances de classificação para o Mundial. Isso coloca a Fifa em uma situação delicada, especialmente por causa da relação de seu presidente, Gianni Infantino, com Donald Trump. O governo dos EUA já manifestou sua oposição a qualquer tentativa de banir Israel do torneio, que ocorrerá nos Estados Unidos, Canadá e México.
Na Liga Europa, Aston Villa enfrentará o Maccabi Tel Aviv no dia 6 de novembro, em Birmingham. O único representante israelense na competição jogou sob protestos na Grécia recentemente.
A Volta da Espanha de ciclismo teve sua etapa em Madri interrompida devido a manifestações em apoio à Palestina. O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, solicitou a suspensão esportiva de Israel.
Após a invasão da Ucrânia em 2022, Rússia e Belarus foram banidos de competições internacionais pela Fifa e pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Contudo, ainda não se esclareceu por que ação semelhante não ocorreu contra Israel ou outros países em conflito, gerando dúvidas sobre os critérios usados para organizar os Jogos Olímpicos e a Copa do Mundo.
No caso da Guerra da Ucrânia, a Fifa agiu em sintonia com sanções políticas e econômicas de muitos países, possivelmente acelerada pela recusa de um grupo de federações em jogar contra a Rússia.
O COI, por sua vez, revelou que o Comitê Olímpico da Rússia violou a Carta Olímpica ao aceitar organizações esportivas em regiões anexionadas ilegalmente, desrespeitando a integridade territorial do Comitê Olímpico Ucraniano. Recentemente, o COI declarou que não irá banir Israel, caracterizando os casos de forma diferente na perspectiva esportiva.
A situação levanta questionamentos sobre o papel do esporte em conflitos internacionais, evidenciando a necessidade de organizações esportivas para navegarem questões geopolíticas com clareza sobre suas normas e possíveis violações, evitando acusações de parcialidade e ética seletiva.
É um desafio equilibrar a neutralidade política, essencial para a sobrevivência do esporte, com a necessidade de ação, arriscando críticas tanto por omissão quanto por possíveis consequências indesejadas.
Decisões precisam ser tomadas sobre a obrigação moral do esporte de se posicionar diante da morte de atletas (mais de 800, conforme a Associação de Futebol da Palestina). A resposta definitiva sobre isso ainda não foi encontrada.
É lamentável que, independentemente do que ocorrer na próxima semana, as circunstâncias provavelmente permanecerão inalteradas. A suspensão da Rússia não levou a mudanças na postura de Vladimir Putin em relação à Guerra da Ucrânia. Atletas continuam sofrendo as consequências das ações de governos, com banimentos e até mesmo perda de vidas.