Carl Lewis, um dos maiores atletas da história, é dono de dez medalhas olímpicas em quatro edições dos Jogos, sendo nove delas de ouro. Ele brilhou nas pistas de atletismo, nas provas de 100 e 200 metros rasos e no salto em distância, em uma época em que as redes sociais não existiam.
Aos 64 anos, Lewis, atualmente treinador na Universidade de Houston, afirmou que as redes sociais podem ser benéficas para a preparação dos atletas, desde que usadas de maneira adequada. Ele expressou interesse em competir sob a pressão atual das mídias sociais.
“Tudo depende de como você usa as redes. Elas podem ser uma ferramenta maravilhosa e útil se você entender que, como atleta, a questão número um é o seu desempenho. E se você enxergar as redes sociais como uma projeção do seu desempenho e de quem você é, elas podem ser uma ferramenta incrivelmente útil”, afirmou Lewis durante um evento promovido pelo COB na noite de quarta-feira (24), em São Paulo.
Ele complementou que ter um grande número de seguidores não é necessariamente vantajoso se o desempenho for fraco. Por outro lado, um atleta com poucos seguidores que se destaque pode ter uma presença bastante útil nas redes.
Lewis acrescentou que os atletas não devem deixar as mídias sociais dominar suas vidas e que elas devem ser vistas como um complemento ao desempenho. Ele expressou o desejo de ter competido nessa nova era das redes sociais.
Ele também revelou que proíbe o uso de celulares durante as sessões de treinamento que coordena, a fim de minimizar distrações e maximizar o foco dos atletas na melhoria de suas performances.
Lewis destacou a falta de dedicação da geração atual nos treinos, indicando que isso impede que recordes estabelecidos há décadas sejam quebrados.
“Os jovens não querem mais fazer o trabalho duro. E mesmo os treinadores também não os motivam para fazer o que é preciso. É simplesmente mais fácil treinar para uma prova de 100 metros rasos do que para o salto em distância, que é a prova mais difícil do atletismo”, explicou.
Ele reforçou que, embora o talento e a habilidade existam, é fundamental encorajar os jovens a enfrentar desafios e focar na excelência.
Lewis observou que o recorde do salto em distância, com a marca de 8,95 metros estabelecida por Mike Powell em agosto de 1991, permanece intacto há 34 anos. “Ninguém está realmente tentando quebrar o recorde. Almejo ver isso acontecer em vida, alguém saltando tão longe.”
O atleta também se mostrou animado para retornar às Olimpíadas de Los Angeles em 2028, agora como treinador, lugar onde conquistou quatro medalhas de ouro em 1984.
Na lembrança das Olimpíadas de 1984, ele mencionou que tudo era novo para ele na época, e em 2028, aos 67 anos, espera viver a experiência de mentorar jovens atletas.
Lewis comentou que, na próxima Olimpíada em Paris-2024, dois atletas que ele treina em Houston, Shaun Maswanganyi e Louie Hinchliffe, já conquistaram medalhas no revezamento 4 x 100 m.
Ele expressou que será muito emocionante ajudar jovens atletas a alcançar conquistas, relembrando a felicidade de seus parentes e amigos ao vê-lo vencer em 1984.
A medalha que ele mais valoriza é a primeira, conquistada na prova dos 100 metros, uma vez que ela simboliza o início de sua trajetória olímpica. Lewis comentou sobre a pressão que sentiu para vencer e a importância de ver sua família nas arquibancadas durante a competição.
A medalha foi enterrada com seu pai, que faleceu em 1987, e as demais foram doadas ao Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana, em Washington.