A Oncoclínicas (ONCO3) enfrenta uma dívida líquida que pode ultrapassar 4,5 vezes o Ebitda em 2023 e está buscando formas de reavaliar sua situação financeira. A empresa já se desfez de participações e aprovou um aumento de capital, mas precisa de ações adicionais.
Conforme informações do Neofeed, a empresa recebeu uma proposta de reestruturação financeira para transformar suas dívidas em ações. A Stanboard Asset demonstrou interesse em aumentar o capital em pelo menos R$ 800 milhões.
Para que a proposta avance, foram estabelecidos alguns pré-requisitos, incluindo a saída do CEO Bruno Lemos Ferrari. Outras mudanças na governança da empresa também foram mencionadas pela gestora de investimentos, segundo o portal.
A intenção da Starboard seria adquirir R$ 1,7 bilhão em títulos de dívidas da empresa no mercado e, em seguida, convertê-los em ações. Esse valor incluiria um bônus de subscrição para cada ação.
Segundo os gestores, apenas o aumento de capital anunciado não é suficiente para reduzir a porcentagem da dívida. Com base em cálculos anteriores à oferta, a empresa precisaria de pelo menos R$ 2,5 bilhões para superar essa fase.
Uma das fontes informou ao Brazil Journal que “o EBITDA reportado tem algumas questões não operacionais, como a venda de hospitais. Ao ajustar o EBITDA um pouco para baixo, a alavancagem sobe para acima de 7x.” Esta mesma fonte revelou que o caixa da Oncoclínicas estaria exposto a CDBs do Banco Master, num total de até R$ 500 milhões.
“Essa parte do caixa não pode ser utilizada para pagar a dívida,” comentou a fonte. “A companhia precisa de uma solução que resolva a questão da alavancagem de forma significativa”, acrescentou a fonte, que optou por permanecer anônima.
As ações da empresa ainda não enfrentam seu pior momento na bolsa, já que, no início do ano, estavam abaixo de R$ 2. Na quinta-feira (11), os papéis estavam em torno de R$ 3, apresentando um aumento de 30% desde janeiro.
Entretanto, o valor de mercado atual da Oncoclínicas é de R$ 2 bilhões, o que representa quase metade da avaliação da empresa em 2021, quando ocorreu sua abertura de capital. Deste montante, 37% do capital social é controlado pelo fundo Centaurus, 15% pelo Master e 14% pela Latache Capital.