“As debêntures da MetrôRio têm prêmio de crédito atrativo considerando que o novo mecanismo de compartilhamento de risco de demanda promove maior previsibilidade; além do risco de execução bastante limitado e o alongamento do prazo da concessão até 2048”, comentam os analistas Frederico Khouri e Luís Gonçalves, em relatório publicado nesta terça-feira (7).
Cerca de R$ 1,5 bilhão custearão o resgate antecipado das debêntures MTRJ19, já o saldo de R$ 700 milhões será pela incorporação da MetrôBarra. Além disso, haverá destinação de R$ 600 milhões para a futura Estação Gávea.
“A emissão MGPRA0 recebeu rating AAA pela Fitch e S&P, refletindo forte geração de caixa e alavancagem moderada. Com a inauguração da Estação Gávea prevista para 2028, deve-se aumentar a circulação de passageiros, resolver pendência jurídica e reforçar a segurança da concessão da MetrôRio”, afirmam os analistas do BTG Pactual.
Em abril, a MetrôRio assinou o 10º termo aditivo que redesenhou a concessão, estendendo o prazo até 2048 e transferindo a Linha 4 para sua administração, unificando todas as quatro linhas metroviárias do Rio de Janeiro.
O novo contrato criou uma curva regulatória de demanda com mecanismo de compartilhamento de risco com o Estado, assegurando ressarcimento quando o volume de passageiros ficar abaixo de 90% da demanda regulatória.
Para o BTG Pactual, a medida aumenta a previsibilidade da receita da MetrôRio e reduz o risco de demanda diante da recuperação lenta do tráfego, da concorrência com modais subsidiados e de possíveis disrupções como pandemias.
Vale recordar que o investimento em debêntures não tem proteção do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), ou seja, o debenturista acaba assumindo o risco de calote da companhia a quem emprestou dinheiro.