A Ambipar (AMBP3) está se movimentando para entrar com pedido de recuperação judicial já na próxima semana, segundo fontes próximas à empresa relataram ao site Bloomberg. As tratativas, no entanto, ainda estão em andamento e o prazo pode mudar, disseram as fontes.
No fim de setembro, a Ambipar já havia obtido proteção emergencial contra credores, após alertar à Justiça sobre o risco de colapso financeiro. A decisão foi necessária porque alguns credores pediram pagamentos que poderiam acionar cláusulas de inadimplência cruzada em sua dívida.
O que está mexendo com as ações
Na última segunda-feira (6), as ações da empresa tombaram 35%, negociadas a R$ 0,91, chegando ao patamar de penny stocks (ativos cotados abaixo de R$ 1). Isso porque a empresa apresentou esclarecimentos à Justiça do Rio de Janeiro no processo que busca garantir a manutenção da tutela cautelar que impede bancos credores de adotar medidas que possam inviabilizar suas operações.
Na semana anterior, a Ambipar anunciou a saída do CFO João Daniel Piran de Arruda e a sétima emissão de debêntures. Pouco depois, a companhia obteve uma tutela cautelar na 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, garantindo proteção contra cobranças de credores por 30 dias, prorrogáveis por mais 30.
A medida, porém, pressionou as ações: o mercado reagiu negativamente, e a empresa perdeu R$ 4 bilhões em valor de mercado em um único dia. Em fato relevante à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a Ambipar justificou a decisão como resposta a operações com derivativos ligados aos Green Bonds, que geraram prejuízos pela oscilação das cotações.
Além disso, a companhia também informou a contratação do BR Partners (BRBI11) para apoiar a reestruturação de uma dívida estimada em R$ 11 bilhões, segundo o E-Investidor. O cenário levou o UBS BB a rever sua recomendação e preço-alvo, enquanto a Fitch rebaixou o rating da Ambipar de ‘BB-’ para ‘C’.