A XP Investimentos projeta um 3º trimestre de resultados positivos para os setores de metais e mineração, com destaque para Vale (VALE3), CSN Mineração (CMIN3) e Aura Minerals (AURA33). Segundo o relatório “Metals & Mining and Pulp & Paper 3Q25E Preview”, publicado em 5 de outubro, os resultados devem refletir preços mais altos do minério de ferro e do ouro, volumes crescentes e custos sob controle.
“Esperamos que Vale e CMIN apresentem resultados melhores trimestre a trimestre, sustentados por preços mais altos do minério de ferro 62% Fe, maiores prêmios, volumes crescentes e custos controlados”, escreveram Lucas Laghi e Guilherme Nippes, analistas da XP.
No caso da Vale (VALE3), o EBITDA estimado é de US$ 4,2 bilhões, um avanço de 23% em relação ao trimestre anterior, impulsionado pelo aumento dos preços realizados e maior produção, que deve atingir cerca de 94 milhões de toneladas. Já a CSN Mineração (CMIN3) deve registrar R$ 1,7 bilhão de EBITDA, alta de 37% sobre o 2T25, com margem de 44,3%. A XP também aponta Aura Minerals (AURA33) como beneficiária da valorização do ouro, com EBITDA projetado em US$ 140 milhões, alta de 79% na comparação anual, impulsionada pela entrada em operação do projeto Borborema.
Impacto nos resultados do papel celulose e do câmbio
Entre as companhias de Papel e Celulose, o relatório prevê um cenário mais desafiador. A Suzano (SUZB3) deve apresentar queda de 17% no EBITDA frente ao trimestre anterior, para R$ 4,8 bilhões, afetada pela valorização do real e menores preços de celulose.
“Esperamos resultados mais fracos para a Suzano, devido a menores preços de celulose, um real mais forte e volumes reduzidos em razão do corte de produção anunciado”, afirma o relatório da XP.
Por outro lado, a Klabin (KLBN11) deve mostrar resiliência, com EBITDA próximo de R$ 2 bilhões, beneficiada pela demanda firme por papel e embalagens. A Irani (RANI3) também aparece entre os destaques positivos, com avanço de 10% no EBITDA em relação ao trimestre anterior.
O relatório ainda destaca fatores externos que podem afetar o desempenho do setor, como “os possíveis impactos das tarifas de Trump sobre o comércio global, medidas antidumping no Brasil e a política industrial da China”.
No conjunto, a XP reforça que os resultados do 3º trimestre tendem a consolidar o bom momento das mineradoras e expor a fragilidade do mercado de celulose, ainda pressionado pelos preços baixos e pela apreciação cambial. As projeções da corretora abrangem empresas como Vale (VALE3), CSN (CSNA3), Gerdau (GGBR4), Usiminas (USIM5), CBA (CBAV3), Suzano (SUZB3), Klabin (KLBN11), Irani (RANI3) e Aura Minerals (AURA33), com recomendações variando entre neutra e compra. Assim, a XP vê as ações de Vale, CSN e Aura como principais destaques do 3T25, dentro de um panorama misto para os setores de metais e mineração.