A decisão foi anunciada um dia após a Bloomberg reportar que a empresa planeja solicitar recuperação judicial na próxima semana, em um tribunal do Rio de Janeiro, segundo fontes consultadas pela agência. As negociações ainda estão em andamento e o prazo pode ser alterado, conforme afirmado pelas fontes.
No fim de setembro, a Ambipar já havia conseguido proteção emergencial contra credores, depois de alertar à Justiça sobre o risco de colapso financeiro. A medida foi necessária porque alguns credores requisitaram pagamentos que poderiam acionar cláusulas de inadimplência cruzada em sua dívida.
O que está acontecendo com a Ambipar?
2025 tornou-se um ano desafiador para a Ambipar. As ações atingiram R$ 0,68, e o valor de mercado caiu para R$ 1,18 bilhão. Desde a máxima registrada em dezembro de 2024, a empresa perdeu R$ 43,66 bilhões em valor de mercado, conforme informações da Elos Ayta.
O cenário se agravou no fim de setembro, quando a companhia obteve na Justiça do Rio de Janeiro uma tutela cautelar que a protege de cobranças de credores por até 60 dias. Essa medida permite que a Ambipar busque acordos ou apresente um pedido de recuperação judicial.
O caso envolve o Deutsche Bank, com o qual a empresa possui compromissos de US$ 550 milhões. A Ambipar alegou que um aditivo de empréstimo com o banco levou à saída de mais de R$ 200 milhões de seu caixa.
Além disso, a companhia contratou o BR Partners para auxiliar na reestruturação de uma dívida estimada em R$ 11 bilhões, de acordo com o E-Investidor. Essa movimentação resultou na revisão de recomendação e preço-alvo pelo UBS BB, e a Fitch rebaixou o rating da empresa de ‘BB-’ para ‘C’.