Cinco grandes construtoras listadas na B3 (B3SA3) divulgaram na última quinta-feira (9) suas prévias operacionais do terceiro trimestre de 2025 (3T25). As informações revelam ritmo forte de lançamentos, desafios pontuais e avaliações distintas entre as companhias.
Veja os principais destaques das análises de XP, Genial, Itaú BBA e Bradesco BBI.
Cyrela (CYRE3)
A XP classificou os números da Cyrela (CYRE3) como sólidos, impulsionados por lançamentos acima das expectativas e vendas líquidas consistentes. Mesmo com queda na VSO, a Vivaz segue apresentando bons resultados operacionais.
O Bradesco BBI reforça a tese positiva para a empresa, destacando o valuation descontado e a diversificação entre segmentos como diferenciais em meio à volatilidade macroeconômica. A Cyrela segue como a preferida do banco no setor.
A Genial Investimentos também avalia o trimestre como acima do esperado, com forte atuação nas pontas da pirâmide social. O segmento de média renda representou apenas 7% dos lançamentos, mostrando foco estratégico em nichos mais resilientes.
Cury (CURY3)
A prévia da Cury (CURY3) recebeu avaliações positivas unânimes. Segundo a Genial, os números foram robustos, com destaque para geração de caixa e crescimento do landbank.
Para o Bradesco BBI, a empresa demonstra resiliência operacional, com margens saudáveis e espaço para revisões positivas de lucro, mesmo com os lançamentos se estabilizando a partir de 2026.
A XP vê a Cury como referência em execução e velocidade de vendas. CURY3 segue como a principal escolha da casa, com múltiplo P/L de 7,7x para 2026 e dividend yield projetado de 9%.
Direcional (DIRR3)
A XP avaliou positivamente os dados da Direcional (DIRR3), puxados por maior número de lançamentos e bom desempenho da Riva, sua linha voltada à média renda. A VSO da Riva superou a da Direcional, mostrando demanda sólida.
Segundo o Itaú BBA, apesar da queda de 6% nas ações na semana, os dados operacionais foram ligeiramente positivos, com geração de caixa de R$ 114 milhões e lançamentos de R$ 2 bilhões. O banco mantém recomendação de compra para DIRR3, negociada a 7,5x P/L para 2026.
A Genial considerou os números bons, porém sem superação de expectativas.
Mitre (MTRE3)
Para o Itaú BBA, os dados da Mitre (MTRE3) foram neutros. A empresa reportou vendas líquidas de R$ 895 milhões nos nove primeiros meses de 2025, com queda de 5% ano a ano. A VSO em 12 meses recuou 3 p.p., e os estoques cresceram 13% no trimestre, somando R$ 1,8 bilhão.
Apesar disso, a percentual de unidades prontas segue controlada (7,9%), e os distratos ficaram estáveis em 10,5%. A ação é negociada a 0,3x Preço/Valor Patrimonial, refletindo a cautela dos investidores com o setor.
Plano&Plano (PLPL3)
A XP destacou que os lançamentos da Plano&Plano (PLPL3) surpreenderam positivamente, totalizando R$ 4,2 bilhões nos nove primeiros meses. No entanto, a queda na VSO no 3T25 e o consumo contínuo de caixa podem gerar reação negativa de curto prazo.
A expectativa da XP é que o 4T25 traga diluição nas vendas, o que ajudaria a recuperar a VSO. A recomendação de compra foi mantida, com preço-alvo de R$ 21,00 por ação.
O Bradesco BBI reforçou que, embora os lançamentos e vendas estejam firmes, a queima de caixa não mapeada é um alerta. A normalização do ciclo de obras deve melhorar os indicadores a partir de 2026. A ação segue com valuation atrativo, negociada a 5,4x P/L para 2026.