Quem diria que, apesar do primeiro corte de juros nos Estados Unidos em 2025, na última Super Quarta, dia 17 de setembro, não foi capaz de alimentar um novo rali para as criptomoedas, pois bilhões de dólares deixariam a renda fixa americana, buscando rendimentos maiores na renda variável.
Todavia, desde então, o valor de mercado das moedas virtuais caiu de US$ 4,13 trilhões para US$ 3,77 trilhões nesta sexta-feira (26), resultando em uma desvalorização de quase -10% em mais de uma semana, com alguns criptoativos apresentando perdas ainda maiores.
Por exemplo, o Ethereum (ETH), a segunda maior criptomoeda do mundo, teve uma desvalorização de -10% nos últimos sete dias. Sua rival, a rede blockchain Solana (SOL), perdeu cerca de -16% no mesmo período.
De acordo com os analistas João Galhardo, Lucas Josa e Mateus Parizotto, do BTG Pactual, o corte de juros nos EUA, administrado pelo Federal Reserve na última Super Quarta, não teve um impacto positivo nas criptomoedas devido à percepção do mercado de que não marca o início de um ciclo agressivo de cortes de juros.
Na coletiva de imprensa, Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, reconheceu a deterioração do mercado de trabalho dos EUA, alinhado com revisões negativas e sinais de arrefecimento. Contudo, reforçou que a convergência da inflação à meta de 2% ainda exige progresso adicional.
ETFs de criptomoedas pipocam nos EUA
O Brasil foi pioneiro ao adotar ETFs, os fundos de índices lastreados em criptomoedas, em sua bolsa de valores. Entretanto, na última semana, apesar do aumento nos preços das principais moedas virtuais, novos ETFs foram lançados em Wall Street, oferecendo opções para investir em Dogecoin (DOGE) e Ripple (XRP).
Tudo isso foi viabilizado pela parceria entre as gestoras REX Shares e Osprey Funds, que listaram na bolsa americana os ETFs com os códigos de negociação (DOJE) e (XRPR).
A aprovação pela CVM dos EUA dos “Generic Listing Standards” para ETFs, que também incluem ativos digitais, ao atender critérios técnicos de elegibilidade, facilitou esse avanço, segundo o trio de analistas do BTG, em relatório.
Dessa forma, os entusiastas de criptomoedas passam a contar com mais opções de investimento a partir do mercado financeiro tradicional, que começa a incorporar também as altcoins, que são criptomoedas que não são o Bitcoin e que podem proporcionar ganhos expressivos, apesar dos riscos envolvidos.