Antiga CCR, a Motiva (MOTV3) planeja investir mais de R$ 1 bilhão em inovação na próxima década.
📡 O objetivo é ampliar o uso de tecnologias como IA (Inteligência Artificial) e IoT (Internet das Coisas), além de acelerar a transição energética para obter operações mais eficientes.
O CEO da Motiva, Miguel Setas, afirmou que a intenção é fazer a transição para a chamada smart infrastructure (infraestrutura inteligente) durante um encontro anual da empresa com analistas e investidores, realizado nesta quinta-feira (25).
Segundo ele, essa estratégia permitirá a construção de uma infraestrutura mais conectada, digitalizada e descarbonizada, proporcionando um serviço melhor, mais eficiente e mais seguro.
A Motiva pretende investir aproximadamente 0,5% da sua receita líquida em inovação entre 2025 e 2035, seguindo práticas internacionais, conforme mencionado pelo CEO.
A expectativa é que os resultados dessa estratégia sejam mais evidentes entre 2030 e 2035. Portanto, a Motiva já ampliou suas metas de eficiência.
A companhia previa atingir um ratio de opex caixa/receita líquida de 35% até 2035, mas revisou a meta para 30% em 2030 e 28% em 2035. Este indicador reflete a eficiência operacional da empresa.
De acordo com Miguel Setas, a empresa pôde ser mais ambiciosa devido aos ganhos esperados com a inovação tecnológica, além da redução de custos e da simplificação do portfólio, mantendo a receita em crescimento a uma taxa de dois dígitos.
Dividendos
Diante dessa perspectiva positiva, a Motiva mantém a meta de distribuir 50% do lucro líquido para os acionistas na forma de dividendos.
De acordo com o CFO, Waldo Perez, essa será a política de payout sempre que a alavancagem, medida pela relação dívida líquida/Ebitda, ficar dentro da meta de 2,5x a 3,5x.
“Back to basics”
No Investor Day, a Motiva deixou claro que continua simplificando seu portfólio para focar apenas em ativos estratégicos.
A companhia já saiu do segmento de barcas, repactuou contratos e colocou suas operações de aeroportos à venda neste ano.
🛣️ O objetivo é formar um portfólio “mais focado” nos negócios principais da companhia, priorizando “ativos premium em geografia de qualidade”. Segundo o CEO, é uma forma de gerar valor e controlar riscos.
Por isso, a Motiva tem sido “seletiva” nos leilões. Na mobilidade urbana, por exemplo, a intenção é aumentar a presença nos mercados em que já atua: São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.
Ainda assim, a companhia vê cerca de R$ 160 bilhões em oportunidades nos segmentos de rodovias e trilhos.