Após várias semanas de desempenho negativo, os ativos da Argentina tiveram valorização nesta semana. Esse movimento ocorre após o governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, se comprometer a ajudar a Argentina, liderada pelo presidente Javier Milei.
A assistência dos EUA ocorrerá em três frentes: um swap cambial, a compra de títulos públicos e um empréstimo. Parte desta ajuda foi discutida durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque, onde líderes de diversos países se reúnem nesta semana.
O presidente Trump designou Scott Bessent como seu representante nas negociações com o governo argentino. “Estarei acompanhando os eventos de perto e o Tesouro está totalmente preparado para agir conforme necessário”, afirmou ele.
A primeira fase deste plano de suporte envolve um swap de 20 bilhões que deve fortalecer as reservas do Banco Central da Argentina. A expectativa é que essa operação seja realizada antes do final do ano, embora ainda não haja uma data concreta.
O swap é um acordo entre dois países para a troca de suas moedas em um prazo previamente estabelecido, visando manter certa estabilidade cambial. Na prática, não há troca de moedas reais, mas o acordo gera liquidez no fluxo financeiro entre os dois países.
O governo de Milei conta com essa ajuda para pagar US$ 4 bilhões de dívida que vence em janeiro do próximo ano, utilizando parte do valor para cumprir compromissos assumidos no início do ano.
A ajuda do governo dos EUA chega em um momento crítico para a economia argentina, considerado por analistas como o mais complicado da gestão de Milei até agora. Recentemente, o dólar ultrapassou o limite superior estabelecido pelo Banco Central, gerando preocupação no governo e entre os agentes do mercado financeiro.
Os juros no país também dispararam, exacerbando a situação da dívida pública. O índice de risco-país superou 1.300 pontos, o maior valor registrado nos últimos meses.
Na quarta-feira (24), o dólar teve uma forte queda em relação ao peso argentino, com cada unidade da moeda norte-americana cotada a 1.354 pesos, bem abaixo dos 1.474 anteriores.
Esse fenômeno se repetiu na conversão para o real, que havia alcançado a maior cotação histórica há duas semanas. Atualmente, cada real equivale a 255 pesos argentinos, conforme dados do Banco Central.
Empréstimo de US$ 20 bilhões
Uma das frentes de apoio do governo Trump inclui um empréstimo de US$ 20 bilhões por meio da compra de títulos do Tesouro. Isso será viabilizado por meio de títulos no mercado primário e secundário.
O presidente Milei destacou a parceria entre os dois países, usando o lema de Trump para celebrar a novidade: MAGA (Make America Great Again). Em português, a sigla significa “Faça a América Grande de Novo”.
“Valorizamos profundamente a amizade com os Estados Unidos e seu compromisso de fortalecer nossa parceria com base em valores compartilhados. Juntos construiremos um caminho de estabilidade, prosperidade e liberdade”, escreveu Milei em suas redes sociais.