O Ibovespa encerrou na sexta-feira, 19, em alta, alcançando novos recordes históricos e registrando a melhor semana em mais de um mês.
O índice da Bolsa brasileira aumentou 0,25%, atingindo 145.865,11 pontos, o maior fechamento registrado até agora. No pico do dia, chegou a 146.398,76 pontos, superando o recorde anterior de 146.330,90 pontos, obtido na quarta-feira, 17.
Com isso, a semana teve uma alta acumulada de 2,53%, o melhor desempenho desde a primeira semana de agosto, quando o índice subiu 2,62%.
Esse foi o quinto dia de valorização em sete pregões, reforçando a tendência de otimismo no mercado nacional.
Fatores internos e externos no radar
O dia foi marcado por um panorama relativamente calmo no Brasil, ainda que com impactos das decisões de política monetária tomadas na semana.
Por um lado, o Federal Reserve dos EUA realizou o primeiro corte de juros do ano, o que impulsionou o apetite por risco nos mercados globais. Por outro, o Copom decidiu manter a Selic em 15%, afirmando que os juros permanecerão elevados por um período prolongado.
Internacionalmente, os investidores acompanharam a conversa entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, que discutiram assuntos comerciais e o futuro do TikTok.
O diálogo, embora cheio de divergências, foi considerado um sinal de aproximação e contribuiu para manter o otimismo nas bolsas. Em Wall Street, os principais índices fecharam em alta: S&P 500 (+0,47%), Nasdaq (+0,69%) e Dow Jones (+0,36%).
Brasília segue no foco político
No Brasil, o cenário político permanece agitado, com o Congresso discutindo um projeto de anistia para condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O relator do projeto, deputado Paulinho da Força, afirmou que não haverá anistia irrestrita, mas sim a possibilidade de redução de penas. A oposição, liderada pelo PL, se opõe ao texto.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou novamente o Legislativo, afirmando que muitos parlamentares “não se preocupam com o povo”.
Apesar da instabilidade política, o mercado financeiro continua focado em fatores externos e em resultados corporativos, ajudando a sustentar a sequência de ganhos.
Destaques do pregão
Entre as principais ações, a Vale (VALE3) subiu 0,40%, contribuindo significativamente para o Ibovespa, impulsionada pela demanda robusta no mercado de minério de ferro.
A Petrobras (PETR4) caiu 0,64%, mesmo com a alta do petróleo no exterior, refletindo a cautela dos investidores em relação a discussões sobre dividendos e investimentos.
No setor bancário, Bradesco (BBDC4) avançou 1,78% e Itaú Unibanco (ITUB4) cresceu 1,33%, enquanto o Banco do Brasil (BBAS3) recuou 2,17%, ainda pressionado por inadimplência no crédito rural.
A BB Seguridade (BBSE3) teve uma alta de 0,43% devido a recomendações positivas de analistas.
No varejo, a Magazine Luiza (MGLU3) registrou mais um dia de valorização, figurando entre as maiores altas da semana, com forte valorização acumulada.
Por outro lado, WEG (WEGE3) caiu 1,03% e Hapvida (HAPV3) teve uma queda de 1,60%, mesmo após alívio regulatório do STF.
Olhando adiante
Na próxima semana, os investidores terão novas informações importantes. No Brasil, a ata do Copom será divulgada na terça-feira, 23, explicando o porquê da manutenção da Selic em 15%.
Nos EUA, o destaque será a divulgação do PCE, o índice de inflação preferido do Federal Reserve, que pode influenciar as expectativas quanto aos cortes de juros em 2025.
Por ora, o Ibovespa se mantém forte, impulsionado pelo corte de juros nos EUA, um cenário global mais favorável e a solidez de grandes empresas listadas na B3.