A proposta de Donald Trump para acabar com a exigência de balanços trimestrais das empresas listadas em bolsa deve avançar nos Estados Unidos.
Isso porque a SEC, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, endossou a ideia e planeja propor uma mudança nas regras atuais.
Atualmente, as empresas que estão nas bolsas americanas precisam reportar seus resultados trimestralmente, como ocorre no Brasil. No entanto, Trump sugeriu que essa divulgação ocorra semestralmente.
Para Trump, isso economizaria dinheiro para as empresas e permitiria que seus gestores se concentrassem na “gestão adequada”.
O que disse a SEC?
Após discutir a proposta com Trump, o presidente da SEC, Paul Atkins, reiterou suas críticas aos balanços trimestrais em uma entrevista à “CNBC” na sexta-feira (19).
Atkins destacou que, ao serem obrigadas a apresentar resultados trimestrais, as empresas tendem a focar em retornos de curto prazo em detrimento do planejamento estratégico de longo prazo.
Essa questão também foi levantada pela presidente da Nasdaq, Adena Friedman, em resposta à declaração de Trump.
Além disso, Atkins sugeriu que os balanços trimestrais não são a principal fonte de informação dos investidores, que também obtêm dados por meio de conferências e da mídia.
Ele acredita que é o momento certo para revisar como os investidores obtêm informações sobre as empresas e qual formato seria mais adequado. Assim, o órgão deve apresentar uma proposta formal sobre o tema.
Escolha será das empresas
Atkins ressaltou que, se a nova regra for aprovada, as empresas poderão escolher entre manter o sistema atual de balanços trimestrais ou adotar a nova abordagem.
“Para o bem dos acionistas e das empresas públicas, o mercado pode decidir qual é a cadência adequada”, afirmou.
Atkins foi nomeado para liderar a SEC no início do governo Trump, em parte por seu desejo de reduzir regulações excessivas.
Sua escolha ocorreu em meio ao debate sobre a regulação do mercado de criptomoedas, defendendo um equilíbrio entre a proteção dos investidores e a promoção da inovação.
O potencial fim dos balanços trimestrais tem gerado opiniões divergentes, pois, embora a crítica ao foco de curto prazo seja válida, há uma preocupação de que uma mudança nas regras possa reduzir a transparência das empresas e prejudicar os investidores individuais, que têm menos acesso a informações do que os grandes investidores.