A B3 (B3SA3) anunciou na quinta-feira (15) um negócio de R$ 15 milhões, visando ampliar sua participação no mercado de crédito.
A operadora da bolsa brasileira fechou um acordo para comprar 60% da CRDC (Central de Registro de Direitos Creditórios) e terá a opção de adquirir o restante da companhia a partir de 2030, dependendo do cumprimento de determinadas metas.
Criada em 2014 pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo), a CRDC fornece sistemas para formalização e emissão de instrumentos para antecipação de recebíveis e lastro de crédito, além de atuar como registradora de ativos.
Segundo a B3, a aquisição é parte de sua estratégia para se posicionar como uma “solução de infraestrutura na jornada de crédito”, focando na aproximação ao setor produtivo, especialmente pequenas e médias empresas, e também reforça o desenvolvimento de produtos e serviços para o novo mercado de duplicatas escriturais.
O diretor-executivo Financeiro, Administrativo e de Relações com Investidores da B3, André Veiga Milanez, destacou que a CRDC desempenha um papel importante na originação de recebíveis, com presença no mercado de FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) e na economia real.
Ele afirmou que a aquisição “fortalece o objetivo da B3 de oferecer soluções para todas as etapas da jornada de crédito”.
O CEO da CRDC, Ivan Lopes, acrescentou que a empresa continuará a facilitar o acesso ao crédito para pequenas e médias empresas, agora com o apoio da infraestrutura da B3.
Além da compra de 60% da empresa por R$ 15 milhões, o acordo também prevê uma parceria de longo prazo entre B3, CRDC e ACSP (Associação Comercial de São Paulo), para fortalecer os produtos e serviços oferecidos pelas empresas.
O fechamento da operação, no entanto, ainda depende do cumprimento de determinadas condições, como a aprovação dos órgãos regulatórios.
Diversificação de negócios
Operadora da bolsa brasileira, a B3 tem buscado diversificar suas atividades para além do mercado de ações.
Em agosto, por exemplo, o volume financeiro médio negociado em ações na B3 caiu 14,8%, para R$ 24 bilhões, diante da alta volatilidade do mercado acionário.
A B3 tem lançado novos produtos, estudado a extensão dos horários de negociação e investido em serviços de crédito, tecnologia e dados. Por exemplo, já havia adquirido uma fatia da Shipay, empresa de soluções de pagamentos.
A expectativa é que o mercado de ações brasileiro se recupere de forma mais sustentável quando a Selic começar a cair, o que deve ocorrer no início de 2026, segundo a XP Investimentos.