O BTG Pactual (BPAC11) reforçou uma leitura mais otimista sobre a Petrobras (PETR4) nesta quinta-feira, 17, em relação ao consenso do mercado.
Segundo o banco, a estatal deve aumentar a geração de caixa nos próximos anos, reduzir despesas de capital (capex) e operacionais (opex), além de contar com um ambiente político que pode favorecer a reprecificação das ações no ciclo eleitoral de 2026.
Atualmente, o Plano de Negócios da Petrobras considera o petróleo Brent a US$ 83 por barril, enquanto a média acumulada de 2025 está mais próxima de US$ 70.
Os analistas Luiz Carvalho e Gustavo Cunha afirmam que esse desalinhamento pode permitir revisões positivas.
Cada queda de US$ 1 bilhão em capex/opex pode resultar em um acréscimo de cerca de 0,5 ponto percentual no dividend yield de 2026, acelerando a distribuição de proventos além do que é atualmente precificado.
O BTG ressalta, entretanto, que os desembolsos previstos para 2025, que totalizam cerca de US$ 2,5 bilhões, sendo US$ 1,5 bilhão em etanol e US$ 1 bilhão em compromissos de leilão do pré-sal, devem fazer com que o yield esperado caia para aproximadamente 8%, uma redução de 1,2 ponto em relação ao cenário atual.
Sensibilidade ao preço do Brent
O relatório indica que cada variação de US$ 5/barril no Brent resulta em um aumento de aproximadamente 1,3 ponto percentual no dividend yield da Petrobras.
Com a Agência Internacional de Energia (AIE) prevendo um crescimento da demanda de 2,7 milhões de barris/dia em 2025 e 2,1 milhões em 2026, a pressão elevada nos preços pode beneficiar a estratégia da companhia, apesar de riscos geopolíticos e interrupções potenciais no fornecimento.
Petrobras como “play eleitoral”
Para o BTG, a Petrobras deve ser considerada também um ativo eleitoral. Um cenário de clareza fiscal e estabilidade macroeconômica em 2026 pode diminuir o custo de capital e possibilitar uma valorização significativa das ações.
Atualmente, as empresas da região são negociadas com um prêmio de 20% em EV/Ebitda. Se a Petrobras alcançar esse patamar, haveria espaço para uma valorização de cerca de 30%.
O banco manteve a recomendação de compra para PETR4, com preço-alvo de R$ 44, o que representa um potencial de alta de 39% em relação ao último fechamento. Para os ADRs, a meta é de US$ 15.
Próximos gatilhos
Os analistas consideram o Plano de Negócios 2026–2030 como um marco de curto prazo, mas com validade limitada devido ao ciclo eleitoral.
O primeiro gatilho é a confiança dos investidores na sustentabilidade dos dividendos, que podem compensar o risco político, conforme resume o BTG.