Nesta quarta-feira (17), a Cogna (COGN3) anunciou uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) para deslistar sua subsidiária Vasta da bolsa de valores Nasdaq. A empresa oferece um prêmio de 1% aos investidores, com preço fixo de US$ 5 por cada ação.
Atualmente, a Vasta mantém 15.970.992 ações ordinárias circulando no mercado de capitais norte-americano, estimando desembolsar US$ 79,8 milhões para realizar a operação.
O valor em questão representa menos de 3% do capital social da companhia, já que a Cogna detém 97,6% do negócio. O pedido surge cerca de cinco anos após a Vasta realizar seu IPO nos Estados Unidos, quando levantou US$ 405 milhões.
Na ocasião da abertura de capital, a companhia havia fixado seu preço de oferta em quase US$ 19. Desde então, as ações tiveram uma desvalorização de 73%, de acordo com informações da Nasdaq.
Apesar do resultado negativo a longo prazo, neste ano, os papéis da companhia já registram alta de 120%. No início do ano, operava perto de US$ 2, mas hoje quase dobraram sua cotação, para perto de US$ 5.
A deslistagem da Vasta deve ocorrer no final do pregão do dia 15 de outubro, podendo essa data ser alterada pela companhia ou pela SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA). Se tudo ocorrer conforme o cronograma, a subsidiária de educação básica perderá o registro de companhia aberta e não terá mais ações disponíveis aos investidores.
Por que a venda?
O principal motivo para essa mudança de estratégia está na baixa liquidez que os ativos da Vasta apresentam nos EUA. Em média, o volume diário de negociações das ações é de US$ 17 mil, o que não justifica manter um gasto anual milionário, conforme destacam analistas do BTG e do Goldman Sachs.
Além disso, pagar US$ 80 milhões – equivalente a R$ 423 mi – pela deslistagem parece vantajoso, visto que não deve aumentar significativamente a alavancagem da companhia. Atualmente, o índice está em 0,2 vez o Ebitda, bem distante de outros pares, como a Ânima (ANIM3), que negocia em quase 3 vezes.
“Esse prêmio relativo existe desde o IPO da Vasta, e não consideramos a transação altamente geradora de valor nem dilutiva ao lucro por ação. Enxergamos como um passo natural, uma vez que a Cogna deixará de pagar os custos desnecessários de manter uma subsidiária com free float reduzido listada no exterior. Estimamos que a Cogna possa economizar R$ 15 milhões por ano com a deslistagem”, comenta o BTG.