Em processo de retomada das suas fábricas de fertilizantes, a Petrobras (PETR4) espera produzir 5 mil toneladas por dia do insumo já a partir do próximo ano.
Segundo a estatal, é o suficiente para atender 20% de toda a demanda brasileira de fertilizantes nitrogenados, um dos fertilizantes mais usados pelo agronegócio nacional, atrás apenas dos fertilizantes de potássio e fósforo.
O plano da Petrobras foi apresentado nesta quarta-feira (8), na véspera do evento que vai marcar a retomada das atividades da Fafen-BA (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados da Bahia) e contará, inclusive, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da presidente da Petrobras, Magda Chambriard.
A fábrica havia sido arrendada para a Unigel em 2019, mas a empresa privada suspendeu as suas atividades em 2023. Por isso, a Petrobras decidiu reassumir a operação neste ano. A planta agora vai entrar em manutenção para voltar a produzir já no início de 2026. O mesmo será feito com a Fafen-SE (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados de Sergipe).
A estatal vai investir R$ 38 milhões em cada uma dessas fábricas para viabilizar a reativação. Além disso, assinou um contrato de R$ 1 bilhão para que a Engeman cuide da operação e da manutenção dessas unidades nos próximos cinco anos.
20% da demanda nacional de nitrogenados
Com isso, a Petrobras pretende produzir 1,3 mil toneladas de fertilizantes por dia na Bahia e mais 1,8 mil em Sergipe a partir do início de 2026.
Além disso, a companhia deve começar a produzir nos próximos dias 1,9 mil toneladas na fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados, a Ansa, que fica no Paraná e foi reativada em agosto deste ano.
Com as três operações na ativa, portanto, a companhia espera atender 20% da demanda nacional de fertilizantes nitrogenados, que é de oito milhões de toneladas no ano.
O plano está de acordo com a intenção do governo federal de reduzir a dependência do agronegócio brasileiro de fertilizantes importados, que subiram de preço com a guerra na Ucrânia.
Além disso, o negócio contribui com o esforço do governo de criar empregos. Só a Fafen-BA deve criar 500 empregos diretos e mais 2 mil indiretos, por exemplo.
“Sinergias óbvias”
Ao apresentar os números nesta quarta-feira (8), Magda Chambriard ressaltou que o negócio de fertilizantes apresenta “sinergias óbvias” com o restante das operações da estatal.
Isso porque as fábricas da Bahia e de Sergipe usam como insumo o gás natural produzido pela própria Petrobras. Já a Ansa usa o resíduo asfáltico da Repar (Refinaria Presidente Getúlio Vargas), que fica ao seu lado.
“E nós estamos retomando a operação, não construindo do zero”, acrescentou Magda.
Ela contou ainda que a Petrobras já fechou o primeiro contrato de venda da ureia que será produzida na Fafen-BA, para produtores agrícolas da região do Matopiba, que integra os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. A expectativa é de que a unidade atenda 80% de toda a demanda da Bahia.