A Melnick (MELK3) divulgou sua prévia operacional referente ao terceiro trimestre de 2025 e, apesar de resultados fracos, o BTG Pactual (BPAC11) manteve a recomendação de compra para as ações da companhia.
O banco fixou o preço-alvo em R$ 7,50, o que representa uma potencial valorização de cerca de 94% frente à cotação atual de R$ 3,87.
Segundo relatório do BTG, os números ficaram abaixo do ideal, mas dentro do esperado, refletindo os desafios que o setor enfrenta, especialmente no segmento de média e alta renda, que vem sendo pressionado pela perda de poder de compra do consumidor.
Vendas em queda e menor velocidade de comercialização
A venda bruta da construtora totalizou R$ 177 milhões entre julho e setembro, uma queda de 3% na comparação anual.
Os cancelamentos (distratos) subiram 71% no mesmo período, somando R$ 24 milhões, o que impactou diretamente as vendas líquidas, que recuaram para R$ 153 milhões, queda de 9% em relação ao 3T24.
Esse número também ficou 3% abaixo da projeção do próprio BTG, evidenciando um trimestre com desempenho abaixo do potencial da companhia.
A velocidade de vendas (VSO) também caiu, passando de 11% no terceiro trimestre do ano passado para 10% agora, o que, segundo o banco, se deve principalmente à menor venda de estoque.
Lançamentos recuam, mas seguem dentro das estimativas
Entre julho e setembro, a Melnick lançou dois projetos residenciais próprios — o Open Major e o Go Home Design — com valor geral de vendas (VGV) totalizando R$ 119 milhões, volume 47% menor do que no 3T24. Apesar da retração, o volume ficou em linha com as previsões do BTG.
A companhia também participou do lançamento do Quaddra Lorena, em São Paulo, em parceria com a Yuny.
A participação da Melnick no projeto representa R$ 71 milhões em VGV, somando-se aos esforços de diversificação geográfica da empresa.
Perspectiva ainda é positiva, apesar do cenário
Apesar dos números mais fracos no trimestre, o BTG reforçou sua visão construtiva de longo prazo para a Melnick, embora tenha ressaltado um posicionamento mais cauteloso em relação ao segmento de média e alta renda, diante da piora nos indicadores de acessibilidade.
“A acessibilidade está se deteriorando, o que pressiona as vendas do setor”, destacou o banco.